Sem ocupar cargos públicos há seis anos, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (sem partido) articula sua volta à vida política como deputado federal pelo União Brasil, partido que deve ser criado com a fusão de DEM e PSL.
As conversas em busca de sustentação eleitoral já começaram. Garotinho e os filhos, a deputada federal Clarissa Garotinho (PROS-RJ) e o prefeito de Campos dos Goytacazes (RJ), Wladimir Garotinho, vão receber na próxima segunda (31) o presidente Jair Bolsonaro (PL), que terá agenda no Norte fluminense.
Para se candidatar, Garotinho precisa pagar uma multa em um processo por calúnia contra o o juiz federal Marcelo Leonardo Tavares. No próximo dia 31 será julgado o último recurso, em que o ex-governador pede a redução no valor da multa de R$ 312 mil para R$200 mil. O ex-governador pretender concorrer a um mandato na Câmara dos Deputados, e Clarissa vai definir até março se disputa uma vaga de deputada estadual ou senadora. Já a ex-governadora Rosinha Matheus não pretende voltar à política.
Os Garotinho aguardam a formalização do União Brasil para se filiar, enquanto acertam as condições das candidaturas com o atual presidente do PSL no estado, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho.
O apoio da família à reeleição do governador Cláudio Castro (PL), um dos únicos chefes estaduais aliado de Bolsonaro, era dado como certo até dezembro do ano passado. A principal condição para selar a aliança era que Castro se afastasse politicamente do atual secretário de governo, Rodrigo Bacellar.
O clã e Bacellar são rivais políticos em Campos. Os entreveros ganharam contornos pessoais nos últimos meses e passaram a ser públicos, nas redes sociais. Wladimir criticou o fato de o secretário de Castro ter se reunido com o ex-prefeito Rafael Diniz, derrotado na última eleição para a prefeitura de Campos.
Em resposta, Bacellar chamou Wladimir de “filho dos ex-presidiários” e atacou sua mulher, Tassiana Oliveira. As ofensas destruíram as pontes que vinham sendo construídas entre a família Garotinho e Castro. Wladimir e o ex-governador rebateram as ofensas do secretário e deram um ultimato ao atual governador, de que não o apoiariam enquanto mantivesse Bacellar no cargo.
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Campos é o oitavo colégio eleitoral do estado — com 361 mil eleitores, é o maior fora da Região Metropolitana.
Sem nenhum indicativo de que o governador vai abrir mão do auxiliar, o clã, agora, foca na busca pelo apoio direto do presidente e insufla uma candidatura do atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT). Os petistas, porém, já declararam apoio ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB) para o governo e lançaram a pré-candidatura de Ceciliano ao Senado.