Salles em motociata em São Paulo
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Salles em motociata em São Paulo

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ajuizou uma ação contra o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e outras 12 pessoas por violação a medidas sanitárias da pandemia durante uma motociata realizada em junho de 2021. Se condenados, os envolvidos devem pagar, juntos, cerca de R$ 800 mil aos cofres públicos.

Na ação civil pública ajuizada nesta terça-feira, o promotor de Justiça Arthur Pinto Filho considera que os organizadores do evento, assim como o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, desrespeitaram leis e decretos que buscam atenuar a disseminação do coronavírus na cidade. Entre as atitudes citadas está o estímulo a aglomerações e a não utilização de máscara, o que, de acordo com o MP-SP, gerou uma série de prejuízos à saúde da população paulista.

Além de Salles, podem responder pelos fatos o empresário e pastor Jarkson Vilar da Silva, Marcelo Fernandes Bella, o também empresário Tomé Abduch, do grupo Nas Ruas, Estevam Hernandes Filho, da Igreja Renascer em Cristo, Renata Vaz Quesada Vilar da Silva, Max Guilherme Machado de Moura, assessor do presidente, o tenente do Exército Mosart Aragão Pereira, Waldir Luiz Ferraz, Carlos Alberto Maciel Romagnoli, Luiz Fernando Valente de Souza Marcondes, Adriana Mangabeira Wanderley e Lucas Moura de Oliveira.

Na motociata em São Paulo, o presidente foi multado pelo governo paulista em R$ 552,71 por não usar máscara. No percurso de cerca de 120 quilômetros, ele ainda deu informações falsas sobre a pandemia. Disse que quem está vacinado não transmite coronavírus e que o chamado "tratamento precoce" com remédios como ivermectina não faz mal a ninguém.

Gastos com motociatas
O governo federal já gastou R$ 2,5 milhões em sete viagens nas quais o presidente Jair Bolsonaro fez passeios de motos com apoiadores, chamados por ele de "motociatas". Os dados são dos gastos totais das viagens de Bolsonaro, e não apenas dos passeios em si. Geralmente, Bolsonaro combina as “motociatas” com algum evento oficial na cidade visitada.

As informações foram apresentadas pelo gabinete pessoal de Bolsonaro via Lei de Acesso à Informação (LAI) em resposta a um pedido do GLOBO e envolvem "transporte terrestre, passagens, telefonia, diárias". A Secretaria-Geral, a quem cabe administrar os pagamentos do cartão corporativo, foi procurada para esclarecer os custos específicos das “motociatas”, mas não retornou.

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