O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, emplacou na presidência do Banco do Nordeste um apadrinhado político seu, o economista José Gomes da Costa, que deve ser nomeado para o cargo nos próximos dias pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de acordo com interlocutores do governo.
Costa Neto havia atuado publicamente, no ano passado, para destituir o presidente do BNB Romildo Rolim, que foi retirado do posto em setembro. Chegou a gravar um vídeo fazendo denúncias contra a gestão de Rolim e enviou essas acusações ao Palácio do Planalto, o que resultou na queda do presidente do banco.
Desde então, a gestão estava interinamente sob o comando de Anderson Possa, que também ocupa uma diretoria do banco. Só agora é que o governo deve destravar a indicação do novo presidente.
O posto é cobiçado pelo Centrão, já que o banco é responsável por liberar microcrédito e verbas na região Nordeste, função estratégica em um ano eleitoral — o programa de microcrédito do BNB possui uma carteira de 2,4 milhões de clientes ativos, segundo dados de novembro do ano passado.
Gomes da Costa é funcionário de carreira do BNB e foi superintendente do banco na Bahia. Em setembro, havia sido indicado por Valdemar para comandar a diretoria financeira e de crédito do banco, posto que ocupa atualmente.
A nomeação é mais uma demonstração da influência de Valdemar Costa Neto no governo de Jair Bolsonaro, que se filiou ao PL no mês passado para concorrer à reeleição pela legenda. Costa Neto foi condenado no mensalão petista e é alvo de uma ação penal por suspeitas de participação em desvios em contratos na obra da Ferrovia Norte-Sul durante gestões anteriores do governo federal.
Bolsonaro se aproximou do bloco parlamentar conhecido como Centrão, do qual o PL é um dos principais partidos, desde o início do ano passado. Desde então, Valdemar Costa Neto já emplacou indicados em vários órgãos da administração pública, como o diretor de Ações Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Gharigan Amarante Pinto, e o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), Fernando de Araújo Leão, ambos nomeados em maio do ano passado.