Ex-coordenador-geral da Operação Lava-Jato, o ex-procurador da República Deltan Dallagnol assinou sua ficha de filiação ao Podemos nesta sexta-feira. O evento foi realizado no Hotel Mabu, o mesmo que sediava coletivas da força-tarefa em Curitiba.
Seu aliado na operação, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro participou da sonelidade. Renata Abreu, presidente nacional da sigla, os senadores Álvaro Dias, Oriovisto Guimarães e Flávio Arns, o deputado estadual Paulo Roberto da Costa, conhecido como Galo, e o presidente estadual do Podemos no Paraná, César Silvestre Filho, também estiveram presentes e discursaram.
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Dallagnol pediu demissão do Ministério Público Federal (MPF) no mês passado. Seu plano é concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Paraná em 2022. Já a pretensão de Moro, já chamado de "presidente" pelos correligionários, é disputar o Palácio do Planalto.
Por cerca de quarenta minutos, Dallagnol fez um discurso monotemático sobre combate à corrupção, pauta à qual ficou associado por sua condução da operação Lava-Jato, e lembrou por diversas vezes de seu trabalho frente ao MPF. Batista, ele citou o profeta Isaías e ofereceu uma justificativa divina para sua atuação política.
— O combate à corrupção foi a causa com que Deus me chamou para servir à sociedade e para cuidar dos vulneráveis — declarou.
Dallagnol também mostrou reconhecimento por Sergio Moro e disse que o ex-juiz encarou com coragem os desafios na operação Lava Jato.
— Precisamos de bons líderes e Sérgio Moro é alguém com capacidade e firmeza moral para liderar o sonho de um país mais justo para todos — disse.
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Mais cedo, Moro, que precisou deixar o evento mais cedo em razão de um compromisso, também discursou e mirou tanto no PT quando no presidente Jair Bolsonaro, de quem foi ministro por um ano e meio após condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção.
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Também colado à pauta anticorrupção, Moro ensaiou discorrer sobre outros temas, e mencionou a preservação do meio ambiente e os direitos humanos como temas importantes, sem dar maiores detalhes. Ele defende "transformar o Podemos numa gigante força-tarefa" para combater desvios e irregularidades na administração pública.
— Me perguntam qual é o meu programa de governo. Tem muita coisa que a gente pode falar, mas o programa principal é a gente resgatar todos os nossos sonhos perdidos. Isso a gente só pode fazer junto, com coragem, bravura, convicção — afirmou o ex-juiz.
Cenário eleitoral
O quadro das intenções de voto para a presidência nas eleições de 2022 continua favorável a Lula, segundo a última pesquisa da Genial/Quaest, empresa de inteligência de dados que faz análise de redes sociais e pesquisas de opinião pública.
O petista lidera em todos os cenários (entre 46% e 48%, a depender do cenário), vencendo em primeiro e segundo turnos. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece em segundo lugar (23% a 27%), mas é derrotado em qualquer situação de segundo turno. Porém, após quedas sucessivas de popularidade, Bolsonaro recuperou pontos na disputa presidencial.
Moro se consolida na terceira colocação (10% a 11%), se descolando de Ciro Gomes (PDT), que varia entre 5% e 8%.