Miguel Reale Júnior,
advogado e autor do pedido de impreachment que levou ao afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)
do cargo, apresentou nesta quarta-feira (08) um pedido de impedimento contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
O pedido baseia-se no relatório da comissão parlamentar de inquérito que investigou a atuação do governo federal 0 e seus crimes cometidos - durante a gestão da pandemia. A CPI da Covid funcionou no Senado Federal entre abril e outubro de 2021.
No documento - protocolado na Câmara dos Deputados - Reale afirma que "por ação e omissão dolosas", Bolsonaro "deu causa à proliferação dos males que levaram milhares de brasileiros à morte e a perigo de morte em vista de terem contraído o vírus Covid-19".
Na sequência, alega que a pandemia "não teria sido dessa grandeza não fosse a arquitetada política e o comportamento adotados pelo presidente da República".
O advogado também citou em seu pedido de impeachment a existência de um "assessoramento paralelo", às margens do Ministério da Saúde e que propagou medidas não recomendadas pelas principais organizações de saúde do mundo.
"A cidade de Manaus foi palco de experiências e projetos absolutamente desastrosos e maléficos à saúde da população, conduzidos pelo Governo Federal, ao arrepio das evidências científicas e das recomendações dos pesquisadores e profissionais da saúde", considera Reale.
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, tem a prerrogativa de analisar o pedido e decidir se aceita ou não a denúncia. Assim como seu antecessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o parlamentar tem engavetado qualquer novo pedido de afastamento do presidente Jair Bolsonaro.
Além de Miguel Reale Júnior, outros nomes participaram da elaboração do pedido de impeachment: Aloyso Lacerda Medeiros, Clito Fornaciari Júnior e Mario Barros García, José Carlos Dias, Belisário dos Santos Junior, Walter Maierovitch, Floriano de Azevedo Marques, José Rogério Cruz e Tucci e Miguel Jorge.