Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto
Montagem iG
Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto

Antes crítica ao Centrão, boa parte da bancada de deputados bolsonaristas deve seguir o  presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e se filiar ao PL, caso a entrada do titular do Palácio do Planalto no partido seja oficializada. Os parlamentares deixam de lado o passado de ataques ao fisiologismo e citam a fidelidade a Bolsonaro para justificar a adesão a uma das legendas símbolo do “toma lá, dá cá”.

As críticas ao Centrão eram comuns na campanha eleitoral e no início do governo, mas foram cessando conforme Bolsonaro foi se aproximando do grupo.

Cerca de metade da bancada do PSL na Câmara, que tem 54 deputados, continuou fiel a Bolsonaro após ele sair do partido, em 2019. Agora, a maioria deles deve seguir o presidente.

A deputada Bia Kicis (DF), do grupo mais próximo ao Planalto, escreveu “Deus nos livre do Centrão” durante a campanha de 2018. Hoje, considera se filiar ao PL — está no aguardo do chefe: "Vou esperar. Estou aguardando confirmar para ver o que faço".

Filipe Barros (PR), outro muito próximo ao presidente, estima que entre 60% e 80% da bancada seguirá para o PL. E tenta explicar a contradição de se aliarem ao Centrão.

"Vejo como algo natural. Temos um número limitado de partidos que nos agrada e precisamos estar dentro de um partido. O eleitor vota mesmo no candidato, tem esse personalismo."

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Para grupo, a culpa é do sistema

O deputado Coronel Armando (SC) diz que se trata de uma espécie de frente ampla de centro, com vários partidos, em especial o PP, e que o projeto envolve até recondução de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara em 2023. Sobre a contradição em estarem ao lado de políticos que criticaram no passado, Armando colocou a culpa no presidencialismo de coalizão.

"Eu vim do meio militar, cheio de expectativa. Quando se vê, se não fizer aliança não se aprova nada", disse o parlamentar.

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Outros parlamentares adotam tom mais cauteloso. Junio Amaral (MG) afirmou que a tendência é acompanhar Bolsonaro no PL, mas ressalta que é preciso ver os “termos da composição” e arranjos em cada estado:

"A tendência é acompanhá-lo, sim. Mas precisamos saber antes dos termos dessa composição, como vai ficar em cada estado. São detalhes importantes para cravar essa mudança. Mas minha intenção é acompanhá-lo", disse Amaral.

Da mesma forma, Luiz Lima (RJ) afirma que provavelmente seguirá com Bolsonaro, mas ressalta que vai aguardar o limite da janela partidária. Ele também não vê problema em fazer parte de um partido do Centrão. "Visando acompanhar o presidente Bolsonaro, no atual momento eu não veria como problema."


No palanque estadual, ele diz que teria dificuldade em apoiar o governador Cláudio Castro (PL) caso ele mantenha algumas alianças, como a firmada com o ex-governador Anthony Garotinho.

Já Carla Zambelli (SP), próxima de Bolsonaro e uma das que já criticou o Centrão no passado, disse não estar acompanhando o assunto por estar na COP-26: "Estou em Glasgow, não tive contato com o assunto ainda."

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