O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem perdido apoio entre os deputados estaduais, segundo informações do jornal "O GLOBO". De acordo com a publicação, 39% dos parlamentares que votaram em Bolsonaro em 2018 e atuantes nas Assembleias Legislativas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia - cinco das principais do país -, já admitem fazer campanha para outros presidenciáveis em 2022. Uma das principais causas da debandada seria a má gestão do presidente durante a pandemia de coronavírus.
Ainda segundo a publicação, dos 77 deputados eleitos nestas cinco Assembleias, com algum tipo de apoio anterior ao presidente da República, 30 mudaram de lado. Há, inclusive, parlamentares do chamado Centrão, composto por partidos que hoje integram a base de Bolsonaro.
Exemplos de parlamentares que "largaram" Bolsonaro
No Estado de São Paulo, onde Bolsonaro venceu Fernando Haddad (PT) com facilidade no segundo turno de 2018 - saindo vitorioso em 631 dos 645 municípios -, o presidente da República perdeu apoio até de parlamentares do PSL, sua antiga sigla. Além da deputada estadual Janaína Paschoal, que há tempos tem sido crítica do presidente, Adalberto Freitas, também do PSL, já criticou Bolsonaro, inclusive citando as denúncias de "rachadinha" que atingem seus filhos Flávio e Carlos. Segundo o "GLOBO", Freitas pretende migrar para o PSDB, legenda do governador João Doria - outro ex-aliado do presidente.
Outro deputado estadual paulista que "mudou de lado" foi Arthur do Val (Patriota). Ele já admitiu publicamente ter votado em Bolsonaro contra Haddad em 2018. No entanto, virou crítico do presidente logo após a eleição.
Pandemia
No Rio Grande do Sul, de 15 deputados que apoiavam Bolsonaro em 2018, sete já mudaram suas posições. De acordo com a cientista social e política e diretora do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), Elis Radmann, tal mudança ocorreu por causa da gestão de Bolsonaro na pandemia.
"Foi um estado que se tornou mais crítico a Bolsonaro, especialmente em função da pandemia da Covid-19. Aqui, quem mantém o apoio ao presidente são os deputados que dependem dos segmentos do agronegócio e são ligados a setores econômicos", disse Elis ao "GLOBO"