O presidente Jair Bolsonaro voltou a justificar a apoiadores no Palácio do Alvorada a declaração publicada ontem em que afirmou que as ameaças ao Supremo Tribunal Federal foram feitas no "calor do momento". O presidente disse que não está recuando, mas afirmou que não é possível "ir para o tudo ou nada".
Bolsonaro afirmou que espera que o movimento de caminhoneiros que bloqueia rodovias em alguns estados do país termine de vez até o domingo. Já na quarta-feira, Bolsonaro enviou um áudio em que pedia que os manifestantes desmobilizassem em razão dos impactos que bloqueios generalizados causariam para a economia.
"Você quando quer matar um verme, às vezes mata a vaca. Até domingo, se ficar parado, a gente vai sentir, mas se passar disso, complica a economia do Brasil. Ninguém tá recuando. Não pode ir pro tudo ou nada", afirmou.
Desde a publicação da "Declaração à Nação", em que Bolsonaro recua do tom dos ataques proferidos nas últimas semanas, alguns dos aliados reclamaram do que enxergaram como uma espécie de rendição de Bolsonaro.
O posicionamento de Bolsonaor irritou principalmente os apoiadores mais radicalizados. Nesta sexta-feira, diversos integrantes do governo foram às redes sociais para demonstrar apoio ao presidente. Ao fazer um aceno de pacificação aos outros poderes, Bolsonaro tenta manter a governabilidade enquanto permanece controlando sua base eleitoral.
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Nesta sexta-feira, Bolsonaro afirmou a apoiadores no Alvorada que os protestos não foram em vão. "Vai voltar a normalidade. O grande dia foi dia 7. O retrato é para o mundo todo. Não foi em vão não, fica tranquila", disse a uma apoiadora.
O presidente reforçou a necessidade de que os seus apoiadores tenham paciência. Bolsonaro lembrou que o presidente eleito em 2022 poderá indicar mais dois ministros para o Supremo Tribunal Federal.
"Quem for eleito em 2022 tem duas vagas para o início de 2023. Tem certos povos que esperam100 anos para atingirem os objeitvos. Tem alguns que querem em um dia. Vai devagar, tá indo", disse.