Foto ilustrativa. No país vizinho, o Paquistão, uma polícia feminina combate o talibã
BBC
Foto ilustrativa. No país vizinho, o Paquistão, uma polícia feminina combate o talibã

Dezenas de mulheres protestaram em uma praça de Herat, no Afeganistão, nesta quinta-feira (2) para cobrar que os talibãs respeitem os direitos delas de estudar, trabalhar e se movimentar livremente.

A manifestação incluiu ativistas, estudantes universitárias e funcionárias do governo local, que temem perder todos os direitos conquistados nos últimos 20 anos com a retomada do poder do grupo fundamentalista.

Além disso, cobraram que elas possam continuar a ter cargos nos governos executivos, já que um dia antes, um dos porta-vozes do Talibã disse que elas não ocupariam "altos cargos" no novo governo afegão que deve ser anunciado até esta sexta-feira (3).

Os cartazes levados pelas mulheres tinham frases que diziam que "nenhum governo é sustentável sem o apoio das mulheres", "é nosso direito poder estudar, trabalhar e ter segurança" e "não temos medos porque estamos unidas".

Herat, cidade que fica próxima à fronteira do Irã, sempre foi uma das mais cosmopolitas do Afeganistão e uma das mais avançadas na questão da paridade de gênero no país durante os 20 anos de ocupação dos Estados Unidos.

Apesar de, no discurso, o Talibã informar que as mulheres continuariam a estudar e trabalhar e que o regime extremista visto entre 1996 e 2001 não seria reimplantado, em muitas cidades elas ainda não voltaram aos seus postos de trabalho ou às escolas com o avanço do grupo fundamentalista.

Em coletiva, a justificativa é de que elas não estariam "seguras" se voltassem às suas funções neste momento e que os talibãs "treinariam" seus seguranças para lidar com elas. No entanto, há muitos temores de que as mulheres voltem a ser subjugadas na sociedade.

Em seu primeiro governo, os governantes permitiam que as mulheres trabalhassem em pouquíssimas funções, como no atendimento da área de saúde (já que eles não autorizavam que homens atendessem mulheres). Mas, para a grande maioria delas, não era permitido estudar, trabalhar ou sequer sair de casa sem a companhia de um homem.

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