O advogado Marcos Tolentino nega ser sócio oculto do FIB Bank, empresa responsável por emitir uma carta-fiança à Precisa Medicamentos, cujo documento foi apresentado ao Ministério da Saúde para cumprir uma das etapas da negociação da vacina indiana alvo da CPI da Covid. O documento afiançava o valor de R$ 80,7 milhões, equivalente a 5% do R$ 1,6 bilhão do contrato.
O presidente do FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Junior, foi ouvido pela Comissão nessa quarta-feira (26) para esclarecer possíveis irregularidades na negociação da vacina Covaxin com o governo.
Em nota ao iG , o empresário afirmou que "diversas fake news" tentam vincular indevidamente seu nome às negociações de imunizantes pela sua proximidade ao líder do governo Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) .
No último sábado (21), o advogado também negou ter participado de um suposto jantar com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello . Segundo publicação da revista Piauí, o evento teria acontecido em 28 de maio de 2020 e tinha como objetivo apresentar o general à Precisa Medicamentos.
Ainda segundo o texto enviado ao iG , Tolentino disse que estava em coma no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo — onde ficou internado por quase 90 dias devido a complicações da Covid-19 —, durante o período das negociações. "O Advogado inclusive forneceu os meios de imprensa documentos que atestam e comprovam que ele foi sócio da Benetti Prestadora de Serviços há 12 anos atrás, controladora da empresa acionista do FIB", afirmou em nota.
Tolentino informou que nunca negou que continua sendo procurador da empresa Benetti Prestadora de Serviços e de seu atual sócio Ricardo Benetti. Segundo o texto, o advogado entregou toda a documentação que comprova essas fatos à cúpula da CPI da Covid.