Deputado federal Arthur Lira e senador Rodrigo Pacheco
Marcos Brandão/Agência Senado
Deputado federal Arthur Lira e senador Rodrigo Pacheco


Os presidentes Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado), num momento incomum, trocaram rusgas nesta terça-feira. A divergência se deu sobre ritmo de votação e projetos prioritários numa Casa e na outra. Provocado por uma pergunta num evento nesta manhã - se ele achava que o Senado está demorando para apreciar certas matérias econômicas -, Lira, primeiro, respondeu que seria politicamente incorreto e sugeriu que a demanda se encaminhasse a Pacheco. Depois, acabou respondendo, o que desagradou o senador mineiro.

"O Senado é a casa dos políticos mais experientes, formado por ex-governadores, deputados de longa vida, prefeitos de capitais. A Câmara é a casa do povo, onde a demanda chega mais rápida e de forma mais virulenta. Algumas pautas estão lá há algum tempo, como os Correios (privatização), o licenciamento ambiental. E outras vão chegar. Nossa contribuição está sendo dada ao Brasil. Respeito a independências das duas casas, mas, neste sistema de freios e contrapesos, é importante que o Senado se posicione", disse Lira.

À tarde, Pacheco respondeu ao presidente da Câmara, negou qualquer mal-estar, mas não deixou de se manifestar. O senador afirmou que nos temas da agenda econômica, como a reforma tributária, o Senado tem compromisso com o país. Ele também deu uma estocada em Lira ao afirmar que a Casa que preside não é subserviente ao governo federal e nem ao Ministério da Economia.

"Mas tendo seu juízo crítico em relação às demandas que vêm do Ministério da Economia para o Congresso. Portanto, não há dúvida de que há uma busca de consenso, inclusive na pauta econômica é fundamental, num momento em que bate à nossa porta inflação, desemprego, fome, miséria. É fundamental que estejamos juntos para fazer esse enfrentamento em conjunto", disse Pacheco.

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No final de cada declaração, ambos procuraram colocar panos quentes.

"Não podemos inviabilizar nossa contribuição em detrimento do que o Senado pensa. E vice e versa. Mas, às vezes, as questões transcendem as boas relações entre os dois presidentes e tem problemas lá no plenário", disse Lira.

Pacheco falou de diálogo franco com o presidente da Câmara, e que o clima continuará assim.


"Não tem nenhum mal estar, absolutamente nenhum. É natural que Senado e Câmara tenham divergências em pontos de vista em apreciação de matérias. Isso é muito normal, eu respeito muito isso. O presidente Arthur Lira respeita muito isso, mas o nosso diálogo é franco, é próximo e vai continuar assim. É muito importante para o Legislativo", afirmou Pacheco.

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