Calheiros: "Bolsonaro deve ser enquadrado em crime de responsabilidade"

Em entrevista ao 'Roda Viva', relator do colegiado diz que 'não há nenhuma dúvida' que presidente prevaricou ao não levar adiante denúncia do caso Covaxin

Foto: Reprodução/Youtube
Renan Calheiros diz que 'não há nenhuma dúvida' que presidente prevaricou ao não levar adiante denúncia do caso Covaxin

Relator da CPI da Covid, o  senador Renan Calheiros (MDB-AL) revelou na noite desta segunda-feira (9) que a perspectiva é que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seja enquadrado em crime de responsabilidade pela forma como conduziu o enfrentamento à pandemia.

Em entrevista ao programa "Roda Vida", da TV Cultura, Renan afirmou que "não há dúvida nenhuma" de que o chefe do Executivo prevaricou no caso Covaxin .

"A perspectiva é que no caso do presidente, seja enquadrado em crime de responsabilidade. Ele e outros agentes públicos", afirmou Renan, ao ser questionado se Bolsonaro poderia responder por esse tipo de crime, que poderia levar a um processo de impeachment contra o presidente da República.

O senador disse, ainda, que o presidente prevaricou ao não levar adiante as denúncias levadas a ele pelos irmãos Miranda, sobre supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin .

"Acho que já há comprovação do crime de prevaricação. Não há nenhuma dúvida. Estamos avançando para recolher suas digitais na negociação da Covaxin, que era a única vacina que Bolsonaro queria. Ele estava pedindo para (o governo) comprar 20 milhões de doses da Covaxin, enquanto negava 170 milhões de doses da OMS, da Pfizer e do Butantan", completou Renan.


O senador disse que  pretende antecipar a entrega do relatório final da CPI e que, em sua opinião, o presidente "praticou todo tipo de ilegalidade e de crime".

"A CPI deve concluir seu trabalho responsabilizando agentes públicos, servidores, pessoas que não tiveram cuidado com a vida dos brasileiros, com teorias malucas, defesa da imuniadde de rebanho, gabinetes paralelos, aplicativos para prescrição da cloroquina", afirmou Renan.