Reverendo em depoimento à CPI da Covid
Pedro França/Agência Senado
Reverendo em depoimento à CPI da Covid

A entidade do reverendo Amilton Gomes de Paula , que depôs à CPI da Covid nessa terça-feira (3) , não conta com nenhum registro que tenha status oficial na ONU (Organização das Nações Unidas). De acordo com a coluna do jornalista Jamil Chade ao portal UOL , não há aprovação ou registro que permita que a ONG do reverendo use os brasões oficiais.

Fundador da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), associação evangélica privada, Gomes entrou na mira da CPI após ter sido apontado pelo Policial Militar Luiz Paulo Dominguetti como intermediador entre o governo federal e as empresas que ofereciam vacinas ao Ministério da Saúde. 

A Senah foi fundada em 1999 — com o nome de Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos (Senar) — sem qualquer relação com os imunizantes.

O senador Humberto Costa (PT) questionou Gomes sobre o uso dos brasões da ONU nos documentos oficiais da entidade durante a oitiva de ontem e se a ONG teria autorização para usá-los: "A Senah tem nos seus documentos os brasões das Forças de Paz da ONU, da Ordem dos Cavaleiros de Malta, da Missão de Relações Internacionais da ONU, da Missão Diplomática de Relações Internacionais dos Estados Unidos. Tudo isso dá um verniz de confiabilidade para qualquer instituição. Eu queria saber se a Senah possui autorização formal para ostentar esses brasões", indagou.

O reverendo respondeu que sim e que "a sociedade civil organizada são vários institutos, várias associações que fazem esse trabalho em nível, assim, internacional. Então, de presidente para presidente de instituição, nós cedemos nossos logos".

O senador o questionou novamente sobre a ONU e Gomes explicou: "A ONU, nós estamos dentro do Ecosoc. O Ecosoc é essa plataforma, nós entramos na plataforma do Ecosoc, nos inscrevemos, enviamos toda a nossa documentação e ali deixamos essa plataforma funcionando para atender os projetos humanitários. Em 2019, nós pegamos o estatuto da ONG e nos inscrevemos para participar do Ecosoc", justificou.

No entanto, o Ecosoc não é uma plataforma, mas o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. Segundo o colunista, diversas entidades brasileiras realmente contam com esse status, que permite que ONGs tenham voz dentro da ONU, mas isso só pode ser feito após um processo de aprovação. Esse trâmite, inclusive, pode levar anos e envolve uma chancela de governos.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!