Reverendo Amilton Gomes na CPI da Covid
Jefferson Rudy/Agência Senado
Reverendo Amilton Gomes na CPI da Covid

E-mails revelados pela CNN Brasil mostram que o reverendo Amilton Gomes de Paula mentiu na sessão da CPI da Covid desta terça-feira (3) . Segundo o jornal, as mensagens indicam que Gomes e integrantes da entidade que ele dirige tentaram vender vacinas a diversos municípios brasileiros.

Na oitiva de hoje , o reverendo negou que tenha tratado dos imunizantes com prefeitos e municípios.

Troca de e-mails de reverendo Amilton
Reprodução
Troca de e-mails de reverendo Amilton









Segundo a publicação, Gomes enviou um e-mail à secretaria-executiva da Associação dos Municípios do Acre (Amac), que representa as 22 cidades do estado, no dia 25 de fevereiro. Na mensagem, o reverendo dizia estar encaminhando uma "carta de informações" em relação às vacinas da AstraZeneca, com "viés humanitário".

Ainda conforme o jornal, no dia 26 de março, a Amac enviou uma mensagem afirmando estar interessada na compra dos imunizantes da Janssen. O e-mail foi assinado por Renato Gabbi, integrante da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), instituição dirigida por Amilton. O pedido foi feito ao representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, que respondeu no mesmo dia dizendo que não teria mais a vacina solicitada, mas que a empresa poderia fornecer doses da Astrazeneca. O negócio, no entanto, não foi concretizado.

O reverendo não citou toda essa abordagem na CPI e disse não ter conhecimento das tratativas com prefeituras. "Senador, eu desconheço, assim, essa amplitude aonde nós chegamos com governadores, com prefeitos ou prefeituras. Eu desconheço. Eu não conversei com nenhum governador, eu não conversei com nenhum prefeito, eu não conversei com nenhum município", afirmou Amilton na sessão em resposta ao relator Renan Calheiros.

Cristiano Carvalho disse que essa não foi a única negociação com as prefeituras. De acordo com ele, os contatos eram feitos pela Senah, que avisava a Davati sobre as possibilidades de tratativas. "O reverendo soltou uma mala direta para prefeituras do Brasil inteiro em nome da Davati e começaram a chegar pedidos de consórcios e associações. Tudo através dele. Eu, Dominghetti, a própria Davati nós nunca tivemos esse tipo de acesso. Ele está se eximindo da responsabilidade", disse ele.





Por meio de nota, a Davati disse que Cristiano Carvalho "agiu de forma independente fazendo ofertas como a da Associação de Municípios do Acre (AMAC)". "No dia 30 de março, ao verificar grande quantidade de cartas de interesse recebidas, o CEO da empresa, Herman Cardenas, respondeu ao representante autônomo que não poderia manter oferta a diferentes municípios, pois ainda aguardava retorno da proposta apresentada ao Ministério da Saúde", acrescentou a companhia.

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