Ao falar com apoiadores no "cercadinho" do Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se mostrou pessimista sobre a possibilidade de aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19, apelidada de PEC do voto impresso , pela Câmara dos Deputados.
"Eu não acredito mais que passe na Câmara o [projeto sobre o] voto impresso. A gente faz o possível, vamos ver como é que fica aí", disse Bolsonaro. A declaração foi gravada e transmitida pelo canal "Foco do Brasil" no YouTube. Veja:
Apesar de apelidada de PEC do voto impresso, a proposta não prevê a volta das eleições com cédulas de papel, e sim a impressão de uma espécie de recibo após registro do voto na urna eletrônica. A PEC em questão é de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), aliada de Bolsonaro.
Segundo a Constituição, qualquer alteração no processo eleitoral deve ser aprovada ao menos um ano antes da votação. Isso significa que a PEC apoiada por Bolsonaro precisa passar pelo Congresso até outubro deste ano para ser aplicada às eleições de 2022.
O projeto seria apreciado na semana passada pela comissão especial, mas após tumulto e pedido de revisão do texto, a sessão foi encerrada quando havia 22 votos contrários e apenas 12 favoráveis.
Na sexta (16), após mais de uma hora de debate, o presidente da comissão especial que deveria analisar a PEC do voto impresso, deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), encerrou a sessão antes que se chegasse a uma resolução.
O encontro foi marcado por confusão e uma longa interrupção do deputado Filipe Barros (PSL-PR), que é relator da projeto, e afirmou querer fazer mudanças no texto a ser votado. Ele extrapolou o tempo para discursar e continuou falando apesar dos protestos dos colegas, o acusaram de estar atrasando os trabalhos de propósito.