O presidente Jair Bolsonaro bloqueou 69 jornalistas e seis veículos de comunicação no Twitter, segundo levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
A entidade aponta que os bloqueios inibem o diálogo e impedem o livre exercício da imprensa. Entre os veículos bloqueados pelo presidente na rede social estão os portais The Intercept, DCM, Aos Fatos, Congresso em Foco, Repórter Brasil e O Antagonista, que foram banidos pela conta do presidente nessa ordem.
Além do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também bloqueou dois veículos na rede - o portal de checagem de fatos UOL Confere e o Congresso em Foco, especializado em cobertura política. O portal já havia se posicionado em editorial a favor do impeachment do presidente.
Também baniram veículos da imprensa de suas redes o deputado estadual Gil Diniz (expulso do PSL) e o secretário de Cultura Mario Frias. Em ambos os casos, os bloqueios sucederam a publicação de reportagens e checagem de fatos críticos às suas atuações.
O levantamento mostra ainda que jornalistas atuantes em todos os tipos de mídia foram bloqueados por autoridades no Brasil, com predomínio daqueles que trabalham em portais online, TV e rádio.
No total, há hoje 247 profissionais bloqueados. Até 2018, segundo a entidade, eram apenas 25.
Em julho de 2019, a justiça americana proibiu o presidente Donald Trump de bloquear jornalistas na rede, alegando que, uma vez que presidente usa rede social para conduzir decisões de governo, não pode impedir acesso a suas mensagens. No Brasil, o PL das Fake News (lei 2630) pode tornar os bloqueios ilegais. Ele foi aprovado no Senado e está em tramitação na Câmara.