O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve deixar a condição de testemunha e será oficialmente investigado na CPI da Covid. A iniciativa é do relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), que, segundo O GLOBO apurou, também planeja incluir o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, no rol dos investigados.
Nesta sexta-feira, Renan anunciou que a comissão entra numa nova fase. A avaliação é que, após os depoimentos e a análise de documentos, já há informações suficientes para direcionar a investigação para suspeitos de irregularidades. A decisão de transformar testemunhas em investigados cabe a Renan, que, contudo, optou por dividir a escolha com os demais integrantes da comissão na semana que vem.
No caso de Pazuello, a crise no abastecimento de oxigênio no Amazonas e o incentivo à cloroquina, medicamento ineficaz no tratamento de Covid-19, são alguns dos elementos que comprovariam a necessidade de tornar o ex-ministro investigado. Braço direito de Pazuello no Ministério da Saúde, Elcio Franco também participou dos atos citados.
Você viu?
Outro nome que poderá deixar a condição de testemunha e passar à de investigado é o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ainda não há, no entanto, consenso sobre a situação de Ernesto entre os integrantes do chamado 'G7', grupo de integrantes de oposição e independentes da CPI.
A cúpula da CPI cogita mudar a condição dos depoentes para ter maior facilidade no acesso aos documentos. No caso da quebra de sigilo telefônico, por exemplo, já há questionamentos na Justiça justamente porque os alvos da medida não são formalmente investigados.
— Pazuello e Elcio Franco são dois personagens que, acredito, devem passar para a categoria de investigados. A decisão é do relator, que disse que pretende compartilhar conosco — disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).