Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
Reuters/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

Telegramas secretos do Itamaraty, em posse da CPI da Covid e obtidos pelo GLOBO, relatam que, em fevereiro deste ano, o governo brasileiro ainda resistia a assinar contrato para adquirir vacinas das farmacêuticas Pfizer e Johnson, que já tinham selado acordo com cerca de 70 países para fornecer bilhões de doses.

Ao mesmo tempo em que relutava em assinar contrato com a Pfizer e Johnson, em março, o então chanceler, Ernesto Araújo, foi a Israel conhecer um spray nasal que não tinha ainda eficácia comprovada no tratamento contra a Covid-19. Ele estava acompanhado do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que, assim como ele, foi demitido sob críticas até mesmo de aliados do Planalto. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também estava na comitiva.

Classificado como "secreto" e com prioridade "urgente", um dos telegramas foi endereçado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) a 19 embaixadas brasileiras. O documento, enviado em 24 de fevereiro deste ano, solicitava que os diplomatas sediados em diferentes países fizessem uma "consulta informal às autoridades locais" sobre os termos dos contratos confidenciais assinados com a Pfizer e Janssen.

"No intuito de subsidiar e orientar o seguimento das negociações, e em que pese a confidencialidade dos contratos, muito agradeceria a Vossa Excelência a gentileza de consultar informalmente as autoridades locais, a fim de averiguar como foram recebidas e processadas as referidas questões contratuais com o laboratório Pfizer, no que se refere a vacinas contra a COVID-19", diz trecho do telegrama do Ministério das Relações Exteriores.

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