Eduardo Pazuello
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
Eduardo Pazuello

No mesmo dia em que Exército arquivou processo envolvendo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello , o presidente Jair Bolsonaro afirmou que é comum instituição optar por não representar contra militares. Em sua live semanal, Bolsonaro afirmou que "ninguém interfere" em decisões de punição nas Forças Armadas e citou episódio no qual, quando tenente, foi propor uma punição a um soldado, mas seu superior pediu que "se colocasse no lugar" do punido. O processo contra Pazuello tinha como objetivo apurar a participação do ex-ministro em um ato político com o presidente .

"A punição existe nas Forças Armadas. Ninguém interfere. A decisão é do chefe imediato do comandante da unidade. A disciplina só existe porque realmente o nosso código disciplinar é bastante rígido. Agora, já aconteceu. Eu me lembro uma vez em, 1980, levei um aparte de um soldado. Levei esse aparte para o subcomandante, ele leu e falou: 'Volta aqui à tarde. Te peço uma coisa, se coloca no lugar de quem você está punindo para ver se procede essa rigidez toda'", disse Bolsonaro.

"Eu voltei à tarde e falei: 'Major, não pretendo mais representar o soldado. Realmente não houve transgressão disciplinar por parte do soldado'. Isso é comum acontecer", concluiu.

Em seguida, Bolsonaro afirmou que já foi alvo de punição no Exército por uma entrevista publicada numa revista e indagou se outros militares que estavam na sala também já haviam sido punidos. Bolsonaro também elogiou o trabalho de Pazuello à frente da Saúde e disse que o substituiu porque o ex-ministro havia chegado "ao limite".

"Vamos ser o quinto pais do mundo a produzir vacinas aqui. E isso começou com quem? Com Pazuello lá atras. O nosso ministro da Saúde , que chegou no limite dele. Achamos melhor colocar alguém mais técnico", disse.

Alvo de críticas pela suposta morosidade na aquisição de vacinas e pela crise de abastecimento de oxigênio no Amazonas , Pazuello é um dos principais alvos da CPI da Covid . Sua nomeação já foi criticada publicamente pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que condenou o fato de Bolsonaro ter colocado um militar para comandar a Saúde, em vez optar por um nome da área.

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