Depois da participação do ex-ministro, Eduardo Pazuello em ato político pró- Bolsonaro no último domingo (23) no Rio de Janeiro , o ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto , e o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira , se reuniram nesta segunda-feira (24) para discutir o gesto do general da ativa. As informações são da Folha de S. Paulo .
Segundo militares da cúpula do Exército, o gesto se configura uma transgressão disciplinar. A informação sobre a reunião foi confirmada por fontes do Ministério da Defesa e ficou decidido que uma posição formal sobre o caso deve ser dada pelo Exército . Mas até o fim da tarde desta segunda, mais de 30 horas após o ocorrido, nenhum comunicado foi emitido pela Defesa ou pelo Exército.
Segundo integrantes do Alto Comando da Força , está decidido que Pazuello será instado a apresentar uma defesa por escrito sobre o episódio.Ao militar acusado é fornecido um formulário de apuração de transgressão disciplinar para que apresente suas alegações de defesa, um procedimento formal. As alegações devem ser escritas de próprio punho ou impressas, devidamente assinadas. O prazo para uma resposta é de três dias úteis.
A punição prevista em decreto de 2002, que institui o regulamento disciplinar do Exército, vai de advertência à exclusão da Força , podendo ocorrer também repreensão e prisão. A decisão é do comandante da Força. Se ele não agir, também pode ser enquadrado como transgressor, conforme o regulamento.
Segundo integrantes do Alto Comando, Pazuello não pode ser mandado compulsoriamente para a reserva . Este gesto deveria partir dele, conforme generais da cúpula do Exército. Esses generais pressionam para que o ex-ministro da Saúde deixe a ativa e vá para a reserva.
O ex-ministro subiu num carro de som onde estava o presidente Jair Bolsonaro , ambos, sem máscara. Bolsonaro discursou após um passeio de moto com apoiadores e voltou a usar a expressão “meu Exército”, que já havia incomodado integrantes da cúpula da Força.
O Alto Comando do Exército considerou como descabido o gesto de Pazuello e o enxergaram como uma transgressão a normas básicas na caserna.
O militar, um general de três estrelas, seguiu na ativa tanto durante o exercício do cargo de ministro quanto após sua demissão em março. Ele voltou ao Exército para uma função burocrática .
Em março, na maior crise militar em mais de quatro décadas no país, Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva , e os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica .
O novo ministro, Braga Netto, vem demonstrando alinhamento aos anseios do presidente em relação aos militares. O general subiu num palanque em Brasília em ato de apoio a Bolsonaro, no último dia 15, e chegou a discursar, na mesma linha dos discursos do presidente. A diferença para Pazuello é que Braga Netto é da reserva.