Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro
Marcos Corrêa/PR
Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro

Nesta quarta-feira (12), em depoimento à CPI da CovidFábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do presidente  Jair Bolsonaro (sem partido) , disse que uma carta enviada pela farmacêutica Pfizer ao governo federal com oferta de doses de imunizantes contra a Covid-19 ficou sem resposta por dois meses.

Em janeiro, a empresa divulgou uma nota dizendo que ofereceu a possibilidade de compra 70 milhões de doses das vacinas ao Brasil com entrega a partir de dezembro de 2020. Wajngarten , no entanto, disse em entrevista à revista Veja  que a "incompetência" do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello atrasou a compra dos imunizantes.

"[...] A carta foi enviada 12 de setembro. O dono do veículo de comunicação me avisa em 9 de novembro que a carta não havia sido respondida. Nesse momento, eu mando um e-mail ao presidente da Pfizer, que consta nessa carta. Eu respondi essa carta no dia em que eu recebi, 15 minutos depois, Senador", disse. "[...] Eu respondi para Nova York. O Presidente da Pfizer do Brasil, o Sr. Carlos Murillo, que virá aqui amanhã, me liga: 'Fabio, muito obrigado pelo seu retorno', no dia 9 de novembro, e foi o primeiro contato com ele", relatou Wajngarten à CPI.

O ex-secretário ainda afirmou que não estava entre os destinatários originais da carta, mas buscou contato com a Pfizer ao saber da oferta. O documento, segundo ele, teria sido entre a Bolsonaro , ao vice-presidente Hamilton Mourão, ao então Ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, a Pazuello, ao Ministro do Estado da Economia, Paulo Guedes, e ao Embaixador do Brasil para os Estados Unidos, Nestor Forster.

Ainda segundo Wajngarten , o documento da farmacêutica não continha a oferta das 70 milhões de doses, como foi divulgado pela Pfizer, e sim de "irrisórias" 500 mil doses. "Eu não estou dizendo isso, estou dizendo que nunca partiu de mim, em nenhuma reunião com a Pfizer, o volume de 70 milhões. Oxalá a gente tivesse 70 milhões, infelizmente nunca foi disponibilizado 70 milhões. Eu adoraria que a gente tivesse 70 milhões. Nas propostas da Pfizer, no começo da conversa, ela falava em irrisórias 500 mil vacinas", afirmou.

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