Ernesto Aráujo, ex-ministro das Relações Exteriores
Márcio Batista/MRE
Ernesto Aráujo, ex-ministro das Relações Exteriores

A CPI da Covid quer investigar a  ação do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo que garantiu o fornecimento de cloroquina ao Brasil. De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo , o ex-chanceler ofereceu a estrutura do Itamaraty para a vinda do medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19 mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) interromper testes clínicos.

O depoimento de Araújo na comissão, que inicialmente estava previsto para esta semana, foi adiado para 18 de maio.

A corrida do Itamaraty atrás da cloroquina começou pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falar em "possível cura para a doença" em suas redes sociais, em 21 de março do ano passado.

Durante todo o mês de abril de 2020, houve inúmeros pedidos do Itamaraty para obtenção de cloroquina. O remédio é defendida por Bolsonaro para a cura, tratamento e prevenção contra a Covid-19.

Até novembro de 2020, o Ministério das Relações Exteriores não havia enviado instruções específicas para diplomatas avaliarem potenciais fornecedores de vacinas ou medicamentos na China, segundo pessoas envolvidas em negociações.

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta segunda-feira (10) que Ernesto será questionado, em seu depoimento na comissão, sobre os esforços para a compra de cloroquina.

Segundo Aziz, os senadores apelaram inúmeras vezes a Ernesto, quando estava no cargo, para fazer esforços internacionais para comprar vacinas. Para o presidente da CPI, o depoimento do ex-chanceler vai ajudar a apurar o papel do Itamaraty na compra de vacinas e medicamentos contra a Covid.

"Ele fez esforços para comprar cloroquina, que não funciona, e negligenciou compra de vacinas, que funcionam."

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que serão levantadas informações para investigar como atuou o Itamaraty sob o comando de Ernesto na pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

"Serão fundamentais para elucidação dos fatos e atrairá os refletores para o depoimento do ex-chanceler. Outros fatos dessas tratativas internacionais também serão levantados."


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