Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores
Marcos Corrêa/PR
Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores

Quase um mês após ter  deixado o cargo de ministro das Relações Exteriores do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Ernesto Araújo se tornou um mártir da direita e já recebe pedido para que se candidate a cargos eletivos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo .

Em seus pouco mais de dois anos à frente da pasta, o ex-chanceler fez da oposição ao "globalismo" uma de suas marcas. Nas primeiras semanas depois de sua demissão, em 29 de março, adicionou outro termo à sua lista de alvos. Agora, Araújo incluiu o que ele chama de "multilateralismo mágico". "O multilateralismo mágico é onde se diz 'multilateralismo' e pronto. Esse jogo não joguei", escreveu em sua conta no Twitter.

O curto texto recebeu diversos elogios de apoiadores, com muitos deles se inconformando com a saída de Ernesto do cargo. O movimento mostra sua crescente popularidade na base conservadora.

Longe dos holofotes, Ernesto Araújo, no entanto, dá sinais de que não pretende desperdiçar o capital político que adquiriu junto à direita bolsonarista. Ele passou a usar o Twitter para se defender das acusações de que teria negligenciado a compra de vacinas contra a Covid-19, principal fator que levou à sua queda.

"Nunca houve uma crise de vacinas. A política externa que conduzi jamais acarretou problemas à vacinação. O que houve foi a armação de uma falsa narrativa, como parte da tentativa de extinguir a chama transformadora e popular do governo e retirar o Ministério das Relações Exteriores desse projeto", escreveu ele, em 17 de abril.

Na última segunda-feira (19), o ex-chanceler foi anunciado como um dos participantes de uma superlive em homenagem ao escritor Olavo de Carvalho , guru do bolsonarismo e da chamada "nova direita".

Entre bolsonaristas em redes sociais, o nome de Ernesto como um possível nome na eleição do ano que vem passou a ser mencionado, numa articulação que envolveria também candidaturas como as dos ministros Damares Alves (Direitos Humanos), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), além do ex-titular da Educação Abraham Weintraub .

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