O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid , Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou, neste domingo (02), um requerimento para convocar o ministro da justiça, Anderson Torres , a prestar depoimento aos senadores. O pedido ainda precisa ser aprovado pela maioria dos integrantes da comissão para que o ministro seja convocado, o que deve acontecer nesta semana.
Rodrigues se apoia na entrevista dada pelo ministro à revista Veja em que Torres defende a apuração ampla da comissão, com investigações contra governadores e prefeitos e ressalta a necessidade de os senadores “seguirem o dinheiro”. O ministro ainda disse que irá requisitar à Polícia Federal um relatório sobre as ações dos estados e municípios.
A fala foi questionada por membros da comissão, que acreditam ser uma forma de intimidação aos parlamentares após a instalação da CPI.
Nos bastidores, há a preocupação com uma investigação paralela da PF, anunciada durante a semana. Os integrantes da CPI acreditam que as operações resultantes das investigações podem atrapalhar o foco das apurações da comissão parlamentar.
Intervenções do Palácio do Planalto
No decorrer da instalação da CPI da Covid no Senado, o Palácio do Planalto tentou encontrar meios para tentar barrar a comissão. Em desvantagem no número de apoiadores, o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal para impedir Renan Calheiros de assumir a relatoria, mas não obteve sucesso.
Os senadores governistas ainda tentaram segurar os requerimentos que convocavam o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello. O Planalto se preocupa com a possibilidade de Pazuello ser responsabilizado pela falta de oxigênio em Manaus e de imunizantes no país.
A CPI deve ouvir nesta semana, além de Pazuello, os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e o atual ministro da saúde, Marcelo Queiroga. Os senadores também tentam articular a convocação do ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten.