Ex-presidente, Dilma Roussef
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Ex-presidente, Dilma Roussef

A ex-presidenta Dilma Roussef (PT) disse, em entrevista ao jornal britânico 'The Guardian',  que o Brasil enfrenta talvez o momento mais grave de sua história — o país tem quase 350 mortes por Covid-19, 12 mil nos últimos três dias . Segundo Dilma, o Brasil está "à deriva em um oceano de fome e doenças".

“Estamos vivendo uma situação extremamente dramática no Brasil porque não temos governo, nem administração da crise”, disse a ex-presidenta, que deixou a presidência em 2016 após sofrer impeachment .

“Estamos vendo 4.200 mortes por dia agora e tudo sugere que, se nada mudar, chegaremos a 5.000… No entanto, há uma normalização absolutamente repulsiva dessa realidade em andamento. Como você pode normalizar as 4.211 mortes registradas [na terça]?”, questiona.

A petista criticou o governo do presidente  Jair Bolsonaro (sem partido) e disse que sua atuação pode ser caracterizada como genocídio. "O que caracteriza o ato de genocídio é quando você desempenha um papel deliberado na morte de uma população em grande escala (...) o conceito é este: responsabilidade por mortes que poderiam ter sido evitadas", disse.

Dilma afirmou que Bolsonaro, as elites econômicas, chefes militares, magnatas da mídia e políticos que ajudaram os extremistas de direita a ganhar o poder são os responsáveis pelo momento atual. Ela disse, ainda, que Bolsonaro é consequência de um golpe — o impeachment contra a petista em 2016, que levou Michel Temer (PMDB) à presidência.

“As pessoas terão que ser responsabilizadas pela catástrofe que foi engendrada no Brasil O Bolsonaro é um produto deste… pecado original: o impeachment."

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