O relator da representação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Conselho de Ética, Igor Timo (Podemos-MG), votou nesta segunda-feira (5) pelo arquivamento do processo.
Para Timo, não há justa causa para dar andamento ao processo, que julga o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por falas proferidas em 2019, quando afirmou que se a esquerda brasileira “radicalizar”, a resposta adequada poderia ser “um novo AI-5”, instrumento de repressão usado durante a ditadura militar a partir de 1968 que ditou o período mais duro desse período.
Deputados da oposição discordaram da decisão do relator e pediram vista. Na sessão de quinta-feira (5), planejam apresentar parecer alternativo ao do arquivamento.
Apesar de tomar decisão favorável a Eduardo Bolsonaro, o relator se disse contrário ao regime militar, ao qual se referiu como “tempo obscuro”. " O Brasil não permite, em tempo algum, referenciar ou citar com saudosismo tempos sombrios", afirma.
Presente na sessão, Eduardo criticou a oposição presente, acusando-a de querer “judicializar” a questão:
“Em igual monta também, eu, deputado federal mais votado da história do país, e muitos aí dizem que eu deveria ser cassado, uma total violação do nosso sistema representativo. Sou o menos interessado também em ter qualquer tipo de ditadura, porque o poder já está em nossas mãos”, declarou.
Todavia, a deputada Fernanda Melchionna ( PSOL -RS) criticou a decisão do Conselho de Ética, e acusa o parlamentar de ter cometido um “crime grave ao ameaçar o país com o AI-5”:
“O relatório de Igor Timo é uma vergonha. Um salvo conduto para a extrema-direita que ameaça as liberdades democráticas", afirma.
(Sob supervisão de Valeska Amorim)