O general Eduardo Pazuello , que deixou a Saúde, acusou políticos, interessados nas verbas do ministério, como responsáveis pela sua saída, em discurso de despedida feito para os servidores da pasta nesta quarta-feira (24). As informações são da VEJA.
Ao lado do médico Marcelo Queiroga , que será o 4º ministro durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), declarou que políticos interessados “no pixulé” atuaram para que ele fosse forçado a deixar o cargo:
“Eu reuni toda minha equipe no dia 23 de fevereiro: fiz um quadrinho e mostrei todas as ações orquestradas contra o ministério. Eram 8. Falei que não tinha como nós chegarmos até o dia 20 de março. Marcelo foi consultado já no início de fevereiro”, declarou.
Pazuello também declarou que o ministério da Saúde “é o foco”, devido à verba destinada à pasta: “É o foco, o aval das pressões políticas. Por quê? Por causa do dinheiro que é destinado aqui de forma discricionária. A operação da grana com fins políticos acontece aqui. Acabamos com 100% Claro que não: 100% nem Jesus Cristo. Nós acabamos com muito”, afirmou o ex-ministro, revelando que ao final do ano passado houve “uma carreata de gente pedindo dinheiro politicamente”, que, segundo ele, colaborou com sua saída.
De saída no pior momento da pandemia , com o Brasil alcançando 300 mil mortes em decorrência da Covid-19 na semana em que foi oficialmente exonerado, Pazuello admitiu surpresa com avanço da pandemia no país em 2021:
“A perspectiva nossa no final do ano era outra. O cenário mais provável não aconteceu”.
O militar revelou ainda que não queria assumir o cargo em maio do ano passado, mas pressionado por Bolsonaro , que o convocou “para uma missão”, aceitou:
“É claro que eu não queria vir. Quem é que já me ouviu dizer isso mil vezes? Eu estava comandando uma região militar que tinha quatro estados: Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre. E estaca na preparação para fazer o combate à Covid”, relembrou.
Eduardo Pazuello revelou ainda descontentamento pelo fato da falta de informação, que os ‘corredores’ do ministério estavam vazios:
“Chegamos aqui, não tinha nada nem ninguém para nos dizer nada. Andávamos nos corredores e não havia ninguém”.