O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) comentou sobre sua escolha de anular o voto no segundo turno de 2018, quando a disputa pela presidência da república era entre Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro.
"A pior coisa é você ser obrigado a não ter escolha. Ao não ter escolha, permite o que aconteceu: a eleição do Bolsonaro. Teria sido melhor algum outro? Provavelmente, sim. Pergunta se eu me arrependo? Olhando para o que aconteceu com o Bolsonaro, me dá um certo mal-estar não ter votado em alguém contra ele", disse, em entrevista à revista Época.
O tucano afirma que aquele foi seu único voto nulo durante sua vida, e justifica que o fez por não acreditar que o PT pudesse fazer um bom governo.
"Embora eu reconheça que o outro lado tinha mais sensibilidade social do que o Bolsonaro. Mas tinha medo que houvesse uma crise muito grande financeira e econômica e rachasse ainda mais o país."
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FHC admite que existe a chance dele votar no PT caso a disputa com Bolsonaro se repita em 2022. "Depende de quem do PT seria capaz de levar o país. Espero que não se repita esse dilema. Pouco provável que se repita".
"Não sei quem vai ser o candidato do PT. Mas eu prefiro que seja um candidato saído do PSDB, do centro, não necessariamente do PSDB", afirmou.
O tucano ainda abriu as portas do partido para Luciano Huck , e negou que a candidatura de Doria esteja garantida.
"Acho que o Doria já tem um partido. É suficiente? Não. Há o governador do Rio Grande do Sul, o Eduardo Leite. Ele pode querer ser [candidato a presidente]. Não sei. Acho que seria melhor uma composição entre eles."
"Ele (Hulk) vai ter de calcular isso. Se vale a pena para ele. Para o PSDB é um candidato a mais. Mas o Huck vai ter de pensar em outra coisa. Qual é o partido que convém a ele? Será que é o PSDB ? Do meu ponto de vista, é. Mas o que vai prevalecer não é o meu, mas o ponto de vista dele. Nunca conversei com ele sobre isso", disse.