A deputada Flordelis responde a processo por ser mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo
Reprodução/TV Globo
A deputada Flordelis responde a processo por ser mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo

A deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD) recebeu alta do Hospital Niterói D'or, na Região Metropolitana do Rio , onde estava internada desde o início da noite desta terça-feira, dia 23 . A informação foi dada na tarde desta quarta-feira, dia 24, pela assessoria de imprensa da parlamentar. Mais cedo, a assessoria havia informado que Flordelis estava no Centro de Terapia Intensiva (CTI) após ter tomado medicação em excesso. Segundo a nota, a internação teria ocorrido após uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de afastar a pastora do cargo de deputada federal.

Após a alta médica,  Flordelis permanecerá de repouso em casa, em Pendotiba, também em Niterói. A deputada responde a processo por ser mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo . Segundo a assessoria da deputada, o consumo dos medicamentos ocorreu após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de afastá-la do cargo de deputada federal. A Câmara dos Deputados também decidiu, nesta terça-feira, pela abertura de procedimento disciplinar contra a pastora que pode culminar com a perda do mandato por quebra de decoro parlamentar. Nesta quarta, dia 24, serão escolhidos os relatores do processo.

Na nota, a assessoria de Flordelis afirma ainda que a deputada é inocente e alega que na última audiência do caso, uma de suas filhas teria confessado envolvimento na morte do pastor Anderson. (Veja o comunicado na íntegra abaixo) A assessoria se refere a Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica da parlamentar, que admitiu, na audiência, ter planejado a morte do pastor. No entanto, Simone não confirmou se o plano foi levado adiante e nem mesmo admitiu participação no assassinato que acabou se concretizando. As investigações da Polícia Civil do Rio revelaram que o crime já vinha sendo planejado ao menos desde o primeiro semestre de 2018.

A decisão do TJ do Rio ainda depende de aprovação da Câmara dos Deputados. Os parlamentares terão que votar se mantêm ou não o afastamento de Flordelis do cargo. A decisão dos desembargadores foi para que a pastora seja mantida afastada de qualquer função pública até o seu julgamento no processo no qual é ré pela morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado em junho de 2019.

Na última sexta-feira, Flordelis também alegou problemas de saúde ao não comparecer à votação sobre a manutenção da prisão do deputado federal Daniel Silveira. Na ocasião, a assessoria de imprensa da parlamentar informou, por nota, que Flordelis teve um mal súbito.

"Por força de todo nervosismo com minha situação jurídica e política atual e do estresse que o momento me ocasiona, fui tomada por um mal súbito (ainda sequelas de um AVC), que me obrigou a buscar ajuda médica no dia de hoje. Assim, não me foi possível participar da votação sobre o deputado Daniel Silveira", informou a assessoria de Flordelis.

Veja o comunicado na íntegra divulgado na manhã desta quarta-feira:

"Nota da Assessoria da Deputada Flordelis

O artigo quinto da Constituição Brasileira, garante a todos os cidadãos e cidadãs o legítimo direito à ampla defesa, respeitar a Constituição é um dever de todos e todas que se consideram democráticos e patrióticos.

A Deputada Flordelis vem sofrendo um linchamento público, antes mesmo do fim da primeira fase do processo que investiga a morte de seu marido, o Pastor Anderson do Carmo, ela vem sendo condenada e humilhada perante a opinião pública, sem nenhum direito de defesa.

Flordelis é inocente, nenhuma prova foi revelada contra ela e na última audiência suas filhas além de assumirem a autoria do crime também negaram a participação ou ciência da Deputada. Porém, a despeito dos fatos, convicções estão sentenciando o destino de uma mulher íntegra, honesta, de origem periférica e que tem sua história pautada na defesa da vida.

Ontem (23/2/2021), por volta das 19h30 a Deputada deu entrada na emergência do Hospital Niterói Dor em Icaraí, sendo encaminhada para o CTI onde se encontra até o momento

A internação se deu pelo o excesso de medicação tomada após a injusta decisão do pedido de seu afastamento do mandato de Deputada Federal, com a justificativa que atrapalharia as investigações, que pasmem, encerraram em sua primeira fase, não cabendo, portanto, nenhuma possibilidade de utilização de seu cargo para prejudicar o processo.

A expectativa de familiares e amigos é que a Deputada possa estar restabelecida e fora do CTI em breve e que tenha o seu amplo e irrestrito direito de defesa garantido, como prevê a lei."

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!