O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) , preso pela Polícia Federal nessa terça-feira (16) após divulgar um vídeo atacando membros do Supremo Tribunal Federal e afirmando ser favorável ao AI-5, é investigado em inquéritos no STF e provocou tumulto após rasgar uma placa com o nome de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março de 2018.
No Supremo, Silveira é acusado de participar de atos antidemocráticos e de divulgar notícias falsas contra ministros e autoridades públicas. A investigação está sob sigilo e é relatado pelo ministro Alexandre de Morais .
O parlamentar ficou conhecido pouco antes das eleições de 2018. Ex-policial militar, Daniel Silveira participou de manifestações e foi enfático ao defender o então candidato à presidência Jair Bolsonaro . Com discurso extremista, Silveira também protagonizou episódios de negacionismo quando o assunto é a pandemia de Covid-19 . Ele foi proibido de entrar em uma aeronave sem o equipamento de proteção e causou confusão no Instituto Médico Legal antes de realizar o exame de corpo de delito.
Fake News
O deputado federal é suspeito de ser um dos membros do “Gabinete do Ódio” , grupo que teria sido criado por apoiadores de Jair Bolsonaro para propagar notícias falsas de seus adversários.
Em maio de 2020, o parlamentar foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Na época, os agentes cumpriram 29 mandados de busca e apreensão contra políticos, blogueiros e empresários favoráveis à Bolsonaro.
O relator, Alexandre de Morais, entendeu que o grupo se articulava para atacar os ministros do STF, o que “atinge a segurança do Judiciário”. De acordo com o ministro, as provas apontam uma "real possibilidade" de associação criminosa entre os investigados.
Atos antidemocráticos
Junto à políticos e empresários, Silveira é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por colaborar na organização de atos antidemocráticos em abril de 2020. Na época, manifestantes realizaram um protesto na praça dos três poderes pedindo o fechamento do STF, do Congresso Nacional e pedindo a volta da Ditadura Militar .
O processo foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República e deferido pelo relator do processo, Alexandre de Morais. Morais entendeu que houve irregularidades e que as demandas dos protestantes e organizadores ferem a Constituição Federal .
Placa em homenagem à Marielle Franco
Durante a campanha para as eleições presidenciais, o então candidato à deputado, ao lado de Rodrigo Amorim e o então pleiteante do governo do Rio, Wilson Witzel , Daniel Silveira participou a quebra de uma placa em homenagem a ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, morta em março de 2018. Silveira e Amorim acompanhavam Witzel em um comício em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
Em uma gravação compartilhada na internet, Amorim rasga a placa com o nome de Marielle Franco, enquanto Witzel discursava e Silveira tirava fotos.
"Eu e Daniel essa semana fomos lá e quebramos a placa. Jair Bolsonaro sofreu um atentado contra a democracia e esses canalhas calaram a boca. Acabou PSOL, acabou PCdoB. Agora é Bolsonaro", discursou Amorim no dia.
Problemas com uso de máscaras
O parlamentar foi protagonista de duas polêmicas entre o ano passado e começo deste ano envolvendo a pandemia de Covid-19. Em janeiro, Silveira tentou embarcar em um voo da companhia Gol no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no entanto, foi barrado após se recusar a usar máscaras . Na época, o político apresentou um atestado de dispensa do equipamento de proteção, mas não foi aceito pela empresa de aviação.
Na terça-feira (16), após ser preso pela Polícia Federal, o deputado federal foi chamado a atenção pela funcionária do Instituto Médico Legal pela falta de máscaras. Após bater boca com a recepcionista, Silveira colocou o equipamento, mas houve entoou de acusações e palavrões contra a funcionária.