O "racha" no DEM causado pela decisão do presidente do partido, ACM Neto, de não fechar com o bloco de apoio ao deputado federal Baleia Rossi na disputa pela presidência da Câmara, o que acabou definindo a vitória de Arthur Lira no pleito, segue sendo tema de discussões. Em entrevista, Rodrigo Maia não poupou críticas ao "amigo de 20 anos"
e lamentou guinada à extrema-direita feita pelo partido.
“Não tenho mais como participar porque não acredito que esse governo tenha um projeto, primeiro, democrático e, segundo, de país. Continuo dizendo que o governo é um deserto de ideias. O DEM decidiu por um caminho, voltando a ser de extrema-direita, que é ser um aliado do Bolsonaro”, afirmou Maia, em entrevista ao Valor Econômico.
Questionado sobre qual sigla pretende abraçar se cumprir a ameaça de deixar o Democratas após a mudança de postura, o deputado se esquivou e disse apenas que será "oposição ao presidente Bolsonaro ”. Além disso, ressaltou que tal guinada deve acabar afastando do partido um dos possíveis nomes para a disputa da corrida presidencial: Luciano Huck.
“Se decidisse ser candidato, estava 90% resolvido que se filiaria ao DEM . Para mim, é uma candidatura mais de centro-direita. Claro, pelo setor em que ele trabalha, é mais de esquerda. Mas na economia ele com certeza é um liberal, pensa em menos intervenção do Estado. O espaço político que tem para ele entrar é do centro para centro-direita", finalizou Maia .