Candidato apoiado pelo Palácio do Planalto ao comando da Câmara , o deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou neste domingo que o impeachment "pauta" o presidente da Casa de acordo com o cenário político. Segundo ele, se houver aumento da inflação, protestos populares ou caos social, o processo contra o chefe do Executivo "vem naturalmente". Em entrevista ao programa Em Foco, da Globo News, Lira disse que não quer falar sobre o caso do presidente Jair Bolsonaro de forma teórica porque isso pode "abrir uma crise política".
"O impeachment é um processo político. Nenhum presidente pauta um impeachment, um impeachment pauta um presidente. Se tivermos inflação de 200%, protestos nas ruas, caos social, isso vem naturalmente", disse Lira .
Adversário de Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa, que é apoiado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Lira questionou o fato de a atual gestão da Casa não ter aceitado nenhuma das mais de 50 denúncias por crime de responsabilidade contra Bolsonaro até hoje.
" Maia tem 57 pedidos de impeachment na gaveta, se ele não pautou nenhum deles é porque ele sabe que ali não tem nenhum tipo (de crime) que tipifique essa gravidade. Estamos em um momento de pandemia, de crise econômica... Não precisamos falar em tese e abrir crise política. Não vou me manifestar sobre impeachment", declarou.
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Em seguida, Lira reforçou que Maia "não abriu nenhum" processo de impeachment: "se ele não fez até agora, é porque não deve ter visto nenhuma razão para tocar em frente os pedidos que lá existem".
Ao ser indagado sobre fazer parte do chamado 'centrão' e ter alinhamento com o governo , Lira disse que o grupo "sempre foi balizador das reformas". Ele também alfinetou o adversário, Baleia Rossi, ao dizer que "não adianta chegar e dizer que sou independente e ter os líderes do governo no Senado e no Congresso". O MDB possui nos cargos os senadores Fernando Bezerra (PE) e Eduardo Gomes (TO).