Ao longo da campanha presidencial em 2018, Jair Bolsonaro apontou diversas vezes que não cederia ao que chamava de "velha política" e não faria acordos em troca de cargos e nomeações. Entretanto, com a aproximação das eleições na Câmara e no Senado, o discurso vai ficando cada vez mais no passado: agora, para garantir maior apoio do centrão, quem deve ser beneficiado com um ministério é o Republicanos , partido ligado à Igreja Universal e "casa" de dois filhos do presidente, Carlos e Flávio.
Segundo informações do jornal O Globo, a sigla deve ser responsável por indicar o novo ministro da Cidadania , uma das pastas mais cobiçadas nas mudanças previstas na reforma ministerial que deve ocorrer após as eleições nas duas casas. Com isso, o atual ministro, Onyx Lorenzoni , deve ser realocado para a Secretaria-Geral, que atualmente está com um interino.
Ainda de acordo com a publicação, o Planalto vê com bons olhos o nome do deputado federal Marcos Pereira, presidente da legenda. Entretanto, ele não demonstra interesse em assumir o posto. Com isso, ganham força os deputados Jhonatan de Jesus, atual líder do Republicanos na Câmara, e João Roma, uma vez que a ideia é não indicar alguém muito próximo à Igreja Universal, evitando assim um envolvimento maior da instituição.
Em fala nesta quinta-feira (28), o presidente descartou a possibilidade de grandes mudanças na equipe ministerial, criticou Mourão por "palpites" e garantiu a continuidade de Ernesto Araújo no Ministério das Relações Exteriores , e ainda afirmou que a expectativa é para "apenas uma troca".
"Tenho 22 ministros efetivos e um que é interino. Nós podemos ter realmente um nome diferente ou a efetivação do atual. Nada mais além disso", disse Bolsonaro , durante conversa com apoiadores.