Carol Iara, covereadora em São Paulo sofre atentado
Reprodução Psol
Carol Iara, covereadora em São Paulo sofre atentado


A covereadora  Carol Iara (PSOL), do mandato coletivo Bancada Feminista, na Câmara Municipal de São Paulo, foi vítima de um atentado a tiros na casa em que vive com a mãe e o irmão, na madrugada do dia 26. Em entrevista ao iG , a vereadora defendeu a criação de uma frente política, composta por partidos dos diferentes campos ideológicos, que atue para garantir a liberdade e a segurança da função parlamentar na democracia .

“É importante refletir, não só o conjunto da esquerda, mas o conjunto de quem defende a democracia, que nós vamos ter que fazer uma frente de defesa da democracia e da função parlamentar. Não é possível que pessoas legitimamente eleitas sejam ameaçadas dessa forma ou possam perder a vida no exercício das suas funções”, afirmou.

“A maior cidade do país não pode deixar repetir o que aconteceu no Rio de Janeiro", disse a Carol, em referência ao assassinato da vereadora Marielle Franco , também do PSOL, em março de 2018.

Desde o atentado, a veradora tem articulado ações para evitar que o caso tramite de forma lenta, seja esquecido ou negligenciado pelas autoridades. Ela enviou um ofício à Presidência da Câmara para verficar as providências cabíveis e deverá se reunir com o secretário de Justiça do Estado de São Paulo.

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A parlamentar revelou que o seu gabinete está organizando ações públicas de mobilização, em parceria com outros partidos de esquerda, a fim de exigir a  apuração do caso e segurança . “A pressão não pode ceder para que essa investigação não caia no esquecimento. A linha que nós devemos seguir daqui em diante é de exigência de investigação profunda, qualquer que seja o resultado”, afirmou

Segundo a parlamentar, o estado deve assumir a responsabilidade de garantir a segurança dos membros do Legislativo .“Eu como covereadora preciso de respostas, assim como outras vereadoras ameaçadas no país, de que o estado foi se responsabilizar pela nossa segurança”.

Carol registrou o boletim de ocorrência na tarde de ontem (27) e destacou o fato de nunca ter recebido intimidações, ou sinalizações prévias de que seria alvo de violência. O crime foi enquadrado como atentado político e ameaça pelo delegado responsável pelo caso.


“A minha caracterização é de que foi um atentado político para me intimidar , porque não havia nenhuma ocorrência anterior de desentendimento, inimizade, ou qualquer estresse na minha rede de relações, ou da minha família, que justificasse algo que não fosse político”, disse.

De acordo com a parlamentar, a polícia não descarta que o atentado esteja relacionado a crime de ódio, transfobia e retaliação por projetos desenvolvidos pela vítima. Carol Iara é a primeira vereadora intersexo eleita no Brasil.

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