O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi acusado pelo senador Major Olímpio (PSL-SP) de interferir nas eleições para a presidência do Senado e de improbidade administrativa por crimes contra a administração pública. Olímpio já foi aliado de Bolsonaro e tem trocado farpas com o presidente desde a saída dele do PSL.
O parlamentar, que é um dos candidatos para assumir o comando da Casa, diz que o presidente participa de forma "escrachada e vergonhosa" das eleições no Congresso, marcadas para o dia 1º de fevereiro, prometendo cargos e emendas. A prática já foi chamada por Bolsonaro de "toma lá, dá cá" e, em sua campanha em 2018, ele disse que lutaria contra isso.
"Essa participação escrachada e vergonhosa do Executivo e do presidente Bolsonaro se envolvendo na votação da Câmara e Senado, oferecendo o que não vão poder pagar depois, isso não vai acontecer na plenitude", disse Olímpio.
Para o senador, a prática de Bolsonaro quebra o artigo 37 da Constituição Brasileira, colocando os interesses políticos acima das necessidades da população.
Apesar da incriminação, negou ter sido procurado por parlamentares da base ou integrantes do Executivo com oferecimento de cargos em troca de votos. "A saúva sabe a roça que come", comentou Olímpio sobre esse assunto.
Mesmo com as rixas entre ex-colegas de bancada, o major disse que não iniciaria um processo de impeachment contra o presidente por "vingança", justificando que "não mistura as coisas".
"Eu não sou oposição ao Bolsonaro porque não sou oposição ao Brasil. Eu tenho minhas diferenças com Bolsonaro, mas não misturo as coisas. Se entrar um pedido formal de impeachment que tenha substancias e evidência, eu vou colocar para que o plenário seja soberano e decida sobre o andamento dele", afirmou.