Presidente da Câmara, Rodrigo Maia
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (18) que é "inevitável" a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar "toda a desorganização, toda a falta de capacidade de logística e de entrega de equipamentos e insumos aos estados e municípios" .

"Isso tudo eu acho que vai acabar em uma grande investigação . É inevitável que a gente tenha pelo menos uma grande Comissão Parlamentar de Inquérito a partir de um momento um pouco mais na frente", disse, acrescentando:

"Certamente essa investigação vai chegar aos responsáveis pelo não atendimento ao email de uma indústria farmacêutica querendo vender vacina para o Brasil — que agora já não tem mais essas vacinas para vender —, toda a desorganização, toda a falta de capacidade de logística e de entrega de equipamentos e insumos aos estados e municípios, acho que isso vai ficar claro mais na frente".

As declarações foram dadas em meio a críticas ao ministro da Saúde , Eduardo Pazuello. Maia lembrou que o militar é elogiado pelo governo pela sua experiência na área da logística, mas, segundo o presidente da Câmara, a atuação de Pazuello na Saúde foi falha justamente nesse aspecto.

"Não há planejamento, não se acreditava na importância da vacina . O que me estranha é que quando o ministro Pazuello foi escolhido — ele tem uma boa relação, acho que ele é um bom militar —, mas acho que o motivo que o levou ao ministério, que era bom de logística, provou um fracasso, pelo menos até o momento", disse.

O presidente da Câmara, que está em campanha para eleger seu sucessor, Baleia Rossi (MDB-SP), que enfrenta o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), também comentou a aprovação do uso emergecial de duas vacinas contra a Covid-19 no domingo.

Ele parabenizou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez críticas a Bolsonaro e classificou como " papelão " a atitude de Pazuello "querendo campturar o tema das vacinas".

"O presiednte da República disse várias vezes que não compraria a vacina chinesa, que quem manda era ele, mas, na hora da verdade, a coragem não é tão grande. É corajoso até parte da história", disse, acrescentando:

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"Apesar do papelão do ministro Pazuello, agora querendo capturar, vamos chamar assim, o tema das vacinas, pelo menos eles compraram as vacinas e, para nossa felicidade, pelo menos 6 milhões de brasileiros estarão imunizados nas próximas semanas".

Sobre a crise provocada pela falta de oxigênio em Manaus (AM), Maia afirmou que Bolsonaro criou uma narrativa falsa sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu autonomia para estados e municípios na condução da pandemia.

"O presidente, inclusive, ele coloca dessa forma, coloca uma narrativa que o Supremo tirou o poder do governo federal, não foi nada disso. O Supremo deixou claro lá atrás que a coordenação do sistema SUS é do governo federal", comentou.

A decisão do STF, tomada em 15 de abril, apenas garantiu a autonomia de estados e prefeituras para tomar decisões relacionadas à pandemia. Na mesma decisão, o Supremo deixou claro que o governo federal também pode tomar medidas para conter a pandemia, mas em casos de abrangência nacional.

Questionado sobre o novo pedido de impeachment planejado por partidos de oposição, Maia disse que os deputados e senadores precisam focar, no momento, em "salvar vidas", mas não descartou a possibilidade do tema ser debatido no futuro.


"Não que o tema do impeachment em algum momento do futuro não deva entrar na pauta ou uma CPI, como eu falei, para investigar tudo que aconteceu na área de saúde durante a pandemia, mas acho que, neste momento, se a gente tira o foco do enfrentamento ao coronavírus, a gente transfere para o parlamento uma crise política e deixa de focar no principal neste momento que é tentar salvar vidas".

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