O ministro do Supremo Tribunal Federa
l (STF) Gilmar Mende
s disse, nesta quarta-feira (23), que a decisão de trabalhar durante o recesso se deu por "urgências da Covid-19"
. Além de Gilmar, Alexandre de Moraes, Lewandowski e Marco Aurélio Mello também abdicaram do descanso
. Dessa forma, esvaxziam os poderes de Luiz Fux
, presidente da Corte, que ficaria responsável por despachar processos durante as férias do Judiciário.
“A suspensão do recesso em meu gabinete foi excepcionalmente adotada diante da sobrecarga de urgências da COVID-19. Vivemos uma era atípica em que esforços e adaptações são bem-vindos. Buscou-se colaborar com a Presidência do STF, ampliando a prestação jurisdicional”, disse o magistrado, no Twitter.
Lewandowski já havia justificado de forma parecida. Segundo seu gabinete, o ministro "não se sente no direito de descansar diante do enfrentamento da pandemia ".
O contingente do STF durante o recesso do final de ano não era tão grande há pelo menos 15 anos. Segundo o Estadão, a decisão dos magistrados é uma retaliação a Fux após o julgamento que discutiu a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara dos Deputados, e Davi Alcolumbre(DEM-AP) no Senado.
Gilmar Mendes, Lewandowski e Moraes teriam se sentido 'traídos' por Fux, que era dado como voto certo a favor da tese da recondução, mas acabou se alinhando a Fachin e a Barroso e impediu a reeleição dos parlamentares.