Eleito em segundo turno para a Prefeitura do Rio, Eduardo Paes (DEM) já começa a articular uma aproximação com o governo do estado e o governo federal. O prefeito eleito ligou para o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) na manhã desta segunda-feira, como adiantou a colunista Berenice Seara, e já se encontrou com o governador do Rio, Cláudio Castro (PSC).
"Falei com ele por uma ligação por vídeo com o senador Flávio Bolsonaro. Disse que vamos trabalhar juntos, em parceria Brinquei com ele dizendo que em 2018 não consegui livrá-lo do Witzel. Tenho uma boa relação com o presidente", afirmou ao GLOBO.
O prefeito eleito combinou uma ida a Brasília "já", sem data ainda marcada. Houve espaço ainda para uma brincadeira: "Disse que já podia ter livrado ele do Wilson Witzel (governador afastado e alvo de impeachment), se ele não tivesse errado. Mas que ele votou errado de novo, mas eu livrei ele do pior prefeito da história da vida dele e do Rio", relatou Paes.
Paes tem enfatizado que vai buscar um bom relacionamento com o governo federal. Uma das primeiras parcerias deve ser em torno dos testes para a Covid-19. Na primeira entrevista ao GLOBO após a vitória, o prefeito eleito afirmOU que manterá uma relação “republicana e institucional” com o presidente e o governador e que o gabinete de transição começa já.
Questionado se poderia perder o diálogo com o presidente por ter diferenças com o governo federal, Paes disse ainda que sempre teve uma boa relação com Bolsonaro.
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"Eu não sou assim. Posso pensar diferente, mas manterei o diálogo sempre. Os interesses da cidade têm que estar acima das minhas opiniões políticas e pessoais sobre qualquer posição do presidente Bolsonaro. Sempre tive uma boa relação com ele. Não nos falamos há muitos anos. Em duas eleições, uma ele apoiou o Witzel e ganhou e, na outra, apoiou o Crivella e eu ganhei. E eu respeitei a posição dele e em nenhum momento pedi que fizesse o contrário. Não pedi o apoio dele".
Paes disse à Globonews na manhã desta segunda-feira que vai buscar auxílio para o combate da pandemia e que quer "a vacina que a Anvisa liberar".
"Eu quero a vacina que a Anvisa autorizar. Se ela vai ser chinesa, japonesa, russa, alemã não importa. O importante é que a gente tenha vacinação asism que a Anvisa liberar qualquer vacina. Nosso trabalho é preparar as unidades básicas de Saúde, aqui no Rio são as clínicas da família, para que elas estejam preparadas para quando a vaciona chegar a gente possa vacinar a população".
Ele disse ainda ao GLOBO que descarta lockdown na cidade como medida de combate ao vírus.
"Acho que sim. A gente tem que trabalhar dentro de questões factíveis. Os dados todos apontam para um quadro em que não se precisa de lockdown, mas estabelecer um diálogo com a população. É preciso dizer: 'Vamos manter distanciamento social e usar máscara'. E a testagem, que é fundamental. Vai impedir que as pessoas não saiam por aí espalhando o vírus. A gente exigir da população algo que ela não vai cumprir não é o ideal".