O atual candidato a prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos fez ao menos 13 viagens pagas com dinheiro público entre julho de 2014 e dezembro de 2016. Os dados são do Portal Transparência do governo federal e mostram que nelas foram gastos R$ 23.271,69.
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As viagens — com exceção de duas ligadas a instituições de ensino superior onde Boulos participou de eventos — são para reuniões com o governo federal na época administrado pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Foram três viagens em 2014, sete em 2015 e três em 2016.
Das 13 viagens, oito foram pagas pela Presidência da República. Nessas oportunidades, Boulos se reuniu com membros da Secretaria Executiva da Presidência da República e na maioria das pautas os temas moradia e habitação estavam presentes, inclusive nas três reuniões de 2014.
Em agosto de 2015, segundo informações do Portal da Transparência, ele esteve em Brasília para uma reunião dos “movimentos sociais com a presidenta (Dilma Rousseff)”.
Outra autoridade visitada por Boulos, como dinheiro público, em setembro de 2015, foi o então ministro do Trabalho e Previdência Social Miguel Rossetto , que hoje é candidato a vice-prefeito de Porto Alegre na chapa de Manuela D’Ávila (PCdoB). O psolista também ser reuniu em novembro do mesmo ano com Juca Ferreira, que ocupava o cargo de ministro da Cultura .
Minha Casa, Minha Vida
Em 2016, no mês de maio, Guilherme Boulos viajou para participar “do evento de assinatura de contratos MCMV (Minha Casa, Minha Vida) na presidência”, segundo a justificativa da viagem, divulgada no portal do governo. Ele é citado como “colaborador eventual” no mesmo documento.
Uma pouco antes, em março, ele havia viajado para participar de “reunião prévia do lançamento do Programa Minha Casa Minhas Vida (PMCMV) III, lançamento oficial PMCMV III e reunião de avaliação e balanço das ações do departamento de diálogos sociais, da SNAS/SGPR (Secretaria Nacional de Articulação Social e Secretaria-Geral da Presidência da República) com movimentos sociais urbanos e rurais”, informa a justificativa dessa outra viagem.
Em nota enviada ao portal iG, o candidato Guilherme Boulos reconhece que a "faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida era um instrumento importante nessas políticas" se referindo aos projetos na área da habitação.
Ele ainda reiterou que a faixa 1 do MCMV "foi extinta pelo governo Bolsonaro, o que, aliado à completa ausência de investimentos públicos, causou um colapso na construção de moradias acessíveis à população mais pobre de São Paulo e de todo o Brasil".
Veja a íntegra da nota do candidato:
Na condição de coordenador-nacional do MTST, o maior movimento social de moradia da América Latina, Boulos teve uma série de reuniões com representantes de todas as esferas federativas para apresentar a pauta de reivindicações do movimento e negociar sua execução em benefício de milhares de sem-teto - só hoje, existem 25 mil pessoas morando na rua em São Paulo devido à falta de políticas públicas eficientes na área da habitação.
A faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida era um instrumento importante nessas políticas, mas foi extinta pelo governo Bolsonaro, o que, aliado à completa ausência de investimentos públicos, causou um colapso na construção de moradias acessíveis à população mais pobre de São Paulo e de todo o Brasil.