O presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), ministro Luís Roberto Barroso
, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (16) que o ataque
sofrido pelo sistema eleitoral
na manhã do domingo (15) das eleições municipais teve origem do Brasil
, dos Estados Unidos
e da Nova Zelândia
.
De acordo com o ministro, os ataques tiveram como objetivo derrubar os servidores do TSE para tirar a credibilidade da totalização e da apuração dos votos. Os acessos chegaram a uma quantidade de 436 mil conexões por segundo.
Questionado sobre se os ataques seriam oriundos de grupos políticos, Barroso afirmou que não responderia essa pergunta. "Eu não posso e não devo responder essa pergunta porque juiz só julga e não fica levantando suspeitas, mas certamento esses grupos tinham uma motivação política", disse o ministro.
"Essa instabilidade fez com que milícias digitais e grupos extremistas que clamam pela volta da ditadura questionassem a credibilidade do sistema eleitoral. Muitos desses grupos hoje são investigados pelo Supremo Tribunal Federal", completou.
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Demora na divulgação da apuração de votos
Barroso ainda falou sobre a demora na divulgação da apuração dos votos e afirmou que o problema ocorreu por conta de ter sido realizada uma tarefa nova no processo de totalização.
Segundo o ministro, neste ano a totalização passou para o TSE, diferente do que ocorreu nos anos anteriores, quando isso era feito pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). "Essa totalização descentralizada foi uma recomendação de segurança feita pela Polícia Federal", explicou.
Os equipamentos contratados, ainda de acordo com Barroso, são da empresa de tecnologia Oracle. Eles foram comprados em março, mas, por conta da pandemia da Covid-19, os aparelhos chegaram em agosto.
"Esse atraso não permitiu que fossem realizados testes prévios com o exato ambiente das eleições. Essa é a origem do problema ocorrido. O sistema de inteligência artificial demorou no aprendizado do volume de informações existentes", afirmou.