O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar, nesta segunda-feira (19), que o governo não vai obrigar os brasileiros a tomarem a vacina contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2). Bolsonaro disse que essa decisão é do Executivo Federal e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. "Já disse que não será obrigatória essa vacina e ponto final", afirmou o presidente.
"O Programa Nacional de Vacinação , incluindo as vacinas obrigatórias, é de 1975. A lei atual incluiu a questão de pandemia lá, mas a lei é bem clara: quem define isso é o ministério da Saúde, e o meu ministro da Saúde já disse que não será obrigatória essa vacina e ponto final", afirmou.
Em seguida, sem mencionar nomes, o presidente criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que, segundo ele, "está se intitulando o médico do Brasil".
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"Tem um governador ai que está se intitulando o médico do Brasil, dizendo que ela será obrigatória — repito que não será —. Da nossa parte, a vacinação, quando estiver em condições de, depois de aprovada pelo Ministério da Saúde e com comprovação científica, e assim mesmo tem que ser validada pela Anvisa, dai nós ofereceremos ao Brasil, de forma gratuita, obviamente, mas repito: não será obrigatória", afirmou.
Na sexta-feira, Doria anunciou que, quando estiver disponível, a vacina contra a Covid-19 será obrigatória em todo o estado e apenas pessoas com atestado médico poderão ser liberadas de receber o imunizante.
"Em São Paulo a vacinação será obrigatória, exceto para quem tenha orientação médica e atestado médico de que não pode tomar a vacina. E adotaremos medidas legais se houver contrariedade nesse sentido", disse Doria , em entrevista coletiva em São Paulo.
A um apoiador que falou que a vacina estava sendo "feita nas coxas" e questionou "quem é que vai tomar uma desgraça dessas?". Bolsonaro afirmou que é necessário ter comprovação científica para poder usá-la.
"É, tem que ter comprovação científica , o país que tá oferecendo essa vacina tem que primeiro vacinar em massa aos seus, depois oferecer para os outros países. Assim muita coisa é até na área militar: você só consegue vender um produto bélico para outro país depois que você usar em seu território e, de forma comprovada, mostrar sua eficácia", disse.