Advogados da ex-deputada federal Cristiane Brasil estão em contato com a Secretaria de Polícia Civil, para que ela se entregue ainda nesta sexta-feira, informou a Globo News TV. Há um mandado de prisão contra ela, na segunda fase da Operação Catarata, que tem como alvo o combate à corrupção nomunicípio do Rio e no estado, por fatos ocorridos entre 2013 e 2018.
Mais cedo, policiais estiveram no prédio em que ela mora, em Copacabana, mas não a encontraram. Os agentes apreenderam documentos no apartamento. Cristiane comandou a Secretaria de Envelhecimento Saudável da Prefeitura do Rio e, segundo o MP, ela fazia parte do "núcleo político" de um esquema de desvio de recursos investigado.
"Viabilizar fraudes"
De acordo com o MP, esse núcleo político era composto ainda pelo atual secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, quando era presidente da Fundação Leão XII; Sergio Fernandes; e João Marcos Borges Mattos. A função deles era "viabilizar as fraudes licitatórias em suas respectivas pastas, por prorrogar os contratos fraudulentos, mediante recebimento de 'propina' que variava entre 5% e 25% do valor pago pelo contrato".
Na mesma operação, Pedro Fernandes foi preso, além de outros três acusados. Como apresentou aos policiais o resultado de um exame positivo para Covid-19, o secretário ficou em prisão domiciliar.
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Em julho de 2019, na primeira etapa da Operação Catarata, a Polícia Civil e o Ministério Público prenderam sete pessoas suspeitas de fraudes em licitações da Fundação Estadual Leão XIII, da qual Pedro Fernandes foi presidente, antes de assumir a Secretaria estadual de Educação. As investigações continuaram e, segundo a força-tarefa, o esquema incluiu secretarias municipais do Rio : a de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida e a de Proteção à Pessoa com Deficiência.
Em nota, Cristiane Brasil cita perseguição política, uma vez que é pré-candidata à Prefeitura do Rio, e também vingança:
"Tiveram oito anos para investigar essa denúncia sem fundamento, feita em 2012 contra mim, e não fizeram pois não quiseram. Mas aparecem agora que sou pré-candidata a prefeita numa tentativa clara de me perseguir politicamente, a mim e ao meu pai. Em menos de uma semana, Eduardo Paes, Crivella e eu viramos alvos. Basta um pingo de racionalidade para se ver que a busca contra mim é desproporcional. Isso deve ter dedo da candidata Martha Rocha, do Cowitzel e do André Ceciliano. Vingança e política não são papel do Ministério Público nem da Polícia Civil."