A 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) decidiu nesta segunda-feira (17), por unanimidade, que o Ministério Público do Rio (MP-RJ) deve prosseguir com as investigações no inquérito eleitoral que apura se o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) cometeu lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral ao declarar seus bens à Justiça Eleitoral.
O promotor Alexandre Themístocles, titular do MP-RJ na investigação, tinha pedido o arquivamento em junho, mas o juiz Flávio Itabaiana discordou e enviou o caso para a 2ª Câmara. O magistrado é o titular da 204ª Zona Eleitoral (Santo Cristo).
Em março, a Polícia Federal (PF), que participou das investigações, enviou à Justiça um relatório defendendo o arquivamento do caso. No início de maio, Themístocles discordou dessa posição, defendendo o prosseguimento das investigações e solicitando o apoio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) do MP-RJ, cujos promotores atuam no caso das suspeitas de “rachadinha” no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
O pedido de auxílio ao Gaecc tinha sido feito por Themístocles porque as duas investigações possuem objetos semelhantes — ambos os procedimentos tratam do patrimônio do senador.
No fim de maio, porém, Themístocles reviu sua posição e pediu o arquivamento do caso, por entender que não ficou provado o dolo. Com isso, a investigação subiu para análise da 2ª Câmara do MPF, responsável por revisar os despachos que envolvem pedidos de arquivamento.