O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, defendeu a operação e negou que o grupo que coordena esteja escondendo segredos , como disse o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Dallagnol alega que os 500 terabaytes de informação digital em posse do seu grupo são referentes a relatórios e apreensões dos últimos seis meses. "Se dividir pelas 70 fases da Lava Jato, corresponde a cerca de 14 computadores (por fase), o que é normal", disse Dallagnol em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
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Na semana passada Augusto Aras disse que a Lava Jato é "uma caixa de segredos" e defendeu uma reformulação da operação. A PGR diz que é importante ter acesso as informações sob sigilo pela força-tarefa porque é possível saber se autoridades com foro privilegiado foram investigadas pelos procuradores de Curitiba.
Dallagnol afirma que há um processo de "desmonte de um modelo de combate à corrupção que funcionou", por conta das novas regras definidas para acordo de leniência que deixou o Ministério Público Federal (MPF) de fora. O coordenador da Lava Jato em Curitiba reiterou que não há segredos
"Dizer que a força-tarefa guarda segredos, investigações secretas, bancos de dados escondidos, é infactível e absurdo", declarou Dallagnol
"O instrumento jurídico usado pelo procurador-geral para ter acesso às informações foi inadequado, assim como, a meu ver, foram incorretas as afirmações de que estaríamos criando resistência injustificada e investigando pessoas com foro. O acesso indiscriminado é ilegal. Até na Polícia Federal, em que há hierarquia, diferente do MPF, o delegado-geral não tem acesso a informações de investigações sigilosas", disse Dallagnol sobre os motivos pelos quais acha que a PGR não deve ter acesso aos dados.