O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou que a defesa do deputado Aécio Neves tenha acesso a delações no inquérito que investiga supostas ilegalidades nas obras da Cidade Administrativa em Minas Gerais.
O local foi construído com o objetivo de abrigar a sede do governo do estado. A obra foi concluída em 2010, quando Aécio ainda era governador de Minas. O inquérito apura se houve superfaturamento e corrupção nas obras.
O ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido da defesa de Aécio sob a seguinte alegação: "Julgo parcialmente procedente a reclamação para garantir ao advogado portador de procuração nos autos o acesso às declarações prestadas pelos colaboradores que incriminam o reclamante, já documentadas, bem como aos documentos todos e que não se refiram a diligências em andamento, que possam ser prejudicadas", escreveu o ministro do STF.
Apesar da liberação às delações, Moraes não analisou o pedido que pede a suspenção do inquérito, que a defesa também havia pedido.
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Entenda
O ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), é acusado, junto com outras onze pessoas, de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, cartel e fraude na licitação da construção da Cidade Administrativa em Minas Gerais, que é sede do governo estadual.
Segundo as investigações, o processo de licitação das obras teria sido dirigido para que um grupo de empreiteiras vencesse a disputa. Existe a suspeita também que tenham sido contratados serviços inexistentes para justificar um desvio orçamentário na execução das obras.
Os agentes da PF que investigam o caso apontaram um prejuízo aos cofres públicos que totalizaram quase R$ 747 milhões. Os onze indiciados ao lado de Aécio são representantes das empreiteiras envolvidas no escândalo.
O atual deputado nega todas as acusações.