Um escândalo de irregularidades de processo de licitação e execução de obra levou a Polícia Federal a indiciar 12 pessoas em uma investigação que apurou a construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais. A sede do Poder Executivo mineiro, arquitetada entre 2007 e 2010, na gestão de Aécio Neves (PSDB), está no epicentro do inquérito.
O ex-governador e hoje deputado federal Aécio Neves é um dos indiciados. Caso a Justiça aceite o inquérito, ele pode responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, desvio de verbas públicas e falsidade ideológica. O total das penas pode chegar a 41 anos de prisão. Em nota, a defesa de Aécio considerou a conclusão do inquérito "absurda".
A investigação federal foi concluída depois de três anos. Elas tiveram início em 2017, com base em delações premiadas de diretores executivos e funcionários do Grupo Odebrecht. A empreiteira participou do processo de construção da Cidade Administrativa.
Segundo a PF, os prejuízos relacionados às fraudes somam R$ 747 milhões , em valores atualizados.
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A Polícia Federal disse que o processo de licitação da obra foi administrado de forma que um "determinado grupo de empreiteiras vencesse a licitação". O esquema aconteceu por meio de cláusulas restritivas incluídas no edital.
Há também indícios de desvio de recursos públicos por meio de contratações fictícias, cujas prestações de serviços não foram executadas.
O outro lado
Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Aécio Neves disse que a conclusão do inquérito é " absurda " e que contraria as investigações da própria Polícia Federal, já que a instituição "não encontrou nada que comprometesse a atuação do Deputado Aécio Neves".
"A obra foi acompanhada por auditoria independente e seu edital apresentado ao TCE e ao Ministério Público que não apontaram qualquer irregularidade. Sequer os aditivos de preço autorizados por lei foram praticados à época. A defesa confia que a Justiça comprovará o absurdo da acusação ", acrescentou a defesade Aécio.