O PSL expulsou nesta quarta-feira dois de seus 15 deputados estaduais em São Paulo, Douglas Garcia e Gil Diniz . Segundo o conselho de ética da sigla, os parlamentares se envolveram em "atividades políticas contrárias ao regime democrático" e infringiram o estatuto do PSL.
Diniz e Garcia são investigados no inquérito das Fake News do Supremo Tribunal Federal (STF) , sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Eles são apontados como operadores da máquina de disseminação de notícias falsas e ataques virtuais na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), uma espécie de braço paulista do gabinete do ódio.
"O PSL tem, em seus princípios históricos, a defesa da democracia e o fortalecimento das instituições como fundamentos inalienáveis, pelos quais todos que optem por se filiar ao partido tem ciência clara e ampla", informou o PSL.
"É uma honra ser expulso pelo deputado Junior Bozzella e sua assessoria, num resultado claramente viciado. Não concordo com a expulsão. Jamais participei de ato antidemocrático nenhum, assim como é mentira que eu tenha sido suspenso em função do inquérito sobre as Fake News. Nós estamos sendo sistematicamente perseguidos pelo partido e isso não é bom para a democracia", disse Diniz.
Procurado pelo GLOBO, Garcia ainda não se pronunciou. Ele publicou um vídeo dizendo ter sido expulso por "perseguição política".
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Considerados os "mais bolsonaristas" da bancada do PSL na Alesp, Gil Diniz e Douglas Garcia tinham sido suspensos de suas atividades na Casa após eles serem alvo da investigação do Supremo. Gil Diniz, no entanto, recorreu à Justiça e derrubou a decisão do próprio partido.
Em 30 de junho, o presidente Alesp, Cauê Macris (PSDB), afastou Garcia e Diniz de suas funções em comissões e atividades partidárias na Casa. A decisão foi tomada a pedido do PSL.
Na semana passada, o GLOBO noticiou que o presidente Jair Bolsonaro voltou a estreitar laços com o PSL, partido do qual se desligou no fim do ano passado em meio a um racha que dividiu a bancada da legenda na Câmara.
Um aceno da legenda com a retirada de Joice Hasselmann (SP) da liderança na Câmara deu início à reaproximação. Depois, o Planalto ofereceu cargos à sigla. Em seguida, aconselhado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), considerado um líder informal do governo, Bolsonaro ligou para o presidente do PSL, Luciano Bivar, há duas semanas.
Foi a primeira vez que os dois se falaram desde a crise que levou à saída do presidente da legenda. No fim do ano passado, Bolsonaro disse a um apoiador que Bivar estava "queimado".
A reaproximação deixou insatisfeitos. O senador Major Olimpio (SP) ameaçou deixar o PSL após a publicação do GLOBO. "Vontade de vomitar", tuitou Olimpio. "Eu disse no grupo de parlamentares do PSL que, se isto acontecer, sentirei muita saudade do partido. TCHAU QUERIDOS!"