O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) informou nesta terça-feira (7) que seu exame para detectar se está com a Covid-19 deu positivo. Ele realizou o teste nesta segunda após apresentar febre de 38 graus e mal-estar.
Segundo o presidente, ele vai continuar despachando por videoconferência. Os compromissos externos que estavam agendados para esta semana serão cancelados para evitar o “contágio em terceiros”.
Este foi o quarto exame de Bolsonaro para a Covid-19. Os outros testes haviam sido feitos em março, logo depois do retorno do presidente e sua comitiva dos Estados Unidos.
Desde o início da pandemia, em março, o presidente esteve envolvido em uma série de polêmicas ao negar algumas vezes que estava com a doença.
No dia 13 de março, Bolsonaro desmentiu a notícia de que estava com a Covid-19, após a rede de televisão americana Fox News informar que o presidente havia testado positivo para a doença, citando o deputado Eduardo Bolsonaro como fonte. Na época, Bolsonaro não divulgou cópia dos dois exames clínicos que realizou.
Ele fez dois testes, um no dia 12 de março e outro no dia 17 de março. Nas redes sociais, Bolsonaro informou que ambos deram negativo, mas não mostrou documento formal das análises.
Em abril, ao ser questionado sobre a divulgação do seu exame para o novo coronavírus, Bolsonaro negou novamente que estava infectado com o vírus, mas que não divulgaria os exames.
"Está na lei que se eu estiver acometido de uma doença grave, isso pertence a minha intimidade. Eu não tenho que mostrar para ninguém que estou com isso. Eu já falei que não estou com coronavírus, eu já fiz dois exames por livre e espontânea vontade. Isso pertence a minha intimidade. Mas mandei recorrer porque eu tenho este direito, assim como qualquer cidadão. Se, no final da linha, a Justiça determinar, eu vou divulgar", justificou.
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Depois de questionar sucessivas vezes o Palácio do Planalto e o próprio presidente sobre a divulgação do resultado do exame, o jornal Estadão entrou com ação na Justiça na qual aponta “cerceamento à população do acesso à informação de interesse público”, que culmina na “censura à plena liberdade de informação jornalística”.
A Presidência da República se recusou a fornecer os dados via Lei de Acesso à Informação, argumentando que elas “dizem respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, protegidas com restrição de acesso”.
Os exames só foram abertos ao público no dia 13 de maio, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Antes, o presidente já tinha anunciado os resultados negativos em redes sociais, mas se recusava a mostrar os laudos.
Os três exames usaram o método PCR, considerado mais eficaz porque rastreia o material genético do coronavírus.
Segundo ofícios anexados pela AGU no Supremo, foram utilizados nos laudos nomes de terceiros para preservação da imagem e privacidade do presidente da República e por questões de segurança.
Relembre:
Data: 12 de março
Nome: Airton Guedes
Método: RT-PCR Tempo Real
Resultado: negativo
Processamento: laboratório privado
Data: 17 de março
Nome: Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz
Método: RT-PCR Tempo Real
Resultado: negativo
Processamento: laboratório privado
Data: 18 de março
Nome: Paciente 05
Método: RT-PCR Tempo Real
Resultado: negativo
Processamento: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).