Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, respondeu mensagem do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Isac Nóbrega/PR
Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, respondeu mensagem do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos , afirmou nesta segunda-feira que comparar o Brasil à "Alemanha de Hitler" é "inoportuno e infeliz". O comentário foi uma resposta ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que fez a comparação em uma mensagem enviada a colegas da Corte. Ramos pediu "respeito" ao presidente Jair Bolsonaro e disse que a democracia brasileira não "merece" a comparação.

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"Comparar o nosso amado Brasil à “ Alemanha de Hitler ” nazista é algo, no mínimo, inoportuno e infeliz . A Democracia Brasileira não merece isso. Por favor, respeite o Presidente Bolsonaro e tenha mais amor à nossa Pátria!", escreveu Ramos em sua conta no Twitter.

Em mensagem enviada em um grupo de WhatsApp, Celso de Mello ressaltou que Adolf Hitler, mesmo eleito pelo voto popular, "não hesitou em romper" e afirmou que " bolsonaristas odeiam a democracia " e almejam instaurar no Brasil "uma abjeta ditadura militar". O ministro também diz ser "preciso resistir à destruição da ordem democrática".

O ministro, que deixará a Corte ao completar 75 anos em novembro, diz que "guardadas as proporções, o ovo da serpente, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933), parece estar prestes a eclodir no Brasil! É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando Hitler, após eleito pelo voto popular e posteriormente nomeado pelo presidente Paul von Hindenburg , em 30/01/1933 , como chanceler (primeiro ministro) da Alemanha ('Reinchskanzler'), não hesitou em romper e nulificar a progressista, democrática e inovadora constituição de Weimar, de 11/08/1919".

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Em letras garrafais, o ministro destaca pontos em que considera relevantes no texto e diz que Hitler impôs àquele país "um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição, em março de 1933, da LEI (nazista) de concessão de plenos poderes (ou lei habilitante) que lhe permitiu legislar sem a intervenção do parlamento germânico!!!! 'Intervenção militar', como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, nada mais significa, na novilíngua bolsonarista, senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar!!!!"

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