Deputados bolsonaristas saíram em defesa das manifestações pró-Bolsonaro que ocorreram neste domingo (31) em todo o país e acusaram grupos fascistas de provocarem os confrontos com policiais em São Paulo e no Rio de Janeiro e ainda criticaram ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de tentarem impor os “poderes ditatoriais do Judiciário tanto no Legislativo quanto no Executivo”.
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O deputado bolsonarista Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) afirmou que as manifestações pró-democracia ocorrem de maneira pacífica desde 2014 e considerou que grupos antifascistas
tentaram radicalizar nos protestos deste domingo.
"Até agora não havia problema de violência de manifestantes com a Polícia Militar. Os manifestantes da Lava Jato, bolsonaristas, de movimentos considerados hoje de direita não tiveram problemas com a PM. Os antifascistas , sim, são proponentes de violência política. Aí é uma vontade de querer criar um confronto mesmo. E agora convergiram na mesma data e lugar: na Avenida Paulista", afirmou Luiz Philippe de Orleans e Bragança.
Outro defensor do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Filipe Barros (PSL-PR) elogiou a ação da Polícia Militar em formar cordões de isolamento entre os manifestantes contra e pró-Bolsonaro. Apoiadores do presidente ficaram concentrados, em menor quantidade, na frente do Shopping Cidade São Paulo, enquanto as torcidas estavam em frente ao museu.
"Na minha visão, a polícia do estado de São Paulo agiu corretamente ao reprimir essas manifestações de grupo que se denominam antifascistas, mas que, na prática, são fascistas. Mas é importante destacar que o Brasil está em ebulição e isso porque o Supremo Tribunal Federal tem provocado essa situação. Os ministros do STF, em especial o ministro tucano Alexandre de Moraes, está buscando uma ruptura institucional do país", afirmou Barros.
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O ministro Alexandre de Moraes (STF) é o relator do inquérito que apura supostas fake news contra ministros do Supremo, instaurado em 2019 pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Na última semana, seis deputados bolsonaristas viraram alvos do inquérito relatado por Moraes. São eles: Aline Sleutjes (PSL-PR), Carlos Jordy (PSL-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Filipe Barros PSL-PR) e cabo Junio Amaral (PSL-MG).
Deputado diz que vai processar Celso de Mello
Um dos alvos, Filipe Barros diz ainda que pretende processar no âmbito cível o ministro Celso de Mello pela mensagem enviada a um grupo de WhatsApp de colegas ministros em que compara o Brasil a Alemanha de Adolf Hitler e diz que "bolsonaristas odeiam a democracia" e que almejam instaurar no Brasil “uma abjeta ditadura militar”.
"A mensagem do ministro Celso de Mello é um ataque, uma mentira, uma fakenews. Quero saber se o ministro Alexandre de Moraes irá investigar o ministro Celso de Mello por essa carta mentirosa, calhorda, covarde e, acima de tudo, criminosa. Eu, como bolsonarista, apoiador do presidente Bolsonaro, anuncio que irei processar nessa semana no âmbito cível, por danos morais, o ministro Celso de Mello porque me senti completamente ofendido por essa fala dele", disse Barros.
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Para Luiz Philippe de Orleans e Bragança, as críticas de Celso de Mello não fazem sentido porque, na visão do parlamentar, a ditadura do Supremo já existe.
"A ditadura já existe e é a do STF. Eles já estão agindo com poderes ditatoriais em todos os Poderes, tanto no Legislativo quanto no Executivo. Ninguém tem um contraponto ou um freio quanto ao poder do STF. E essa tentativa de querer colar a ditadura pro lado do Executivo não colar. Ninguém vai acreditar nessa narrativa a não ser quem é contra Jair Bolsonaro", finalizou.